AGENDA CULTURAL

14.10.19

DIA DO PROFESSOR: Sim. Virei professor porque você me inspirou..

Hélio Consolaro é professor, jornalista e escritor. Araçatuba-SP

Na próxima terça-feira é o Dia do professor. Muitos profissionais merecem ser homenageados no seu dia, como há também gente degenerando o magistério. E assim acontece em todas as profissões.

Não fui tão bom professor nos meus 36 anos de magistério quanto o mestre deste texto, pois suas palavras têm muito mais profundidade, ele mostra que todo professor precisa ser um filósofo, um psicólogo, precisa ser esperto para sacar o momento de dar uma lição.

Aliás, a mensagem do texto quer dizer o seguinte: pare de arrumar culpados, encontre as soluções para os problemas. Se não existir o pecado, não haverá a culpa e nem o perdão. Toquemos a vida sabendo que ela, de tão importante, chega a ser insignificante. Vivamos e pronto. 

Um professor ou um ex-professor sempre encontra seus alunos pela frente, contando casos acontecidos em sala de aula. 

O personagem desta história encontrada no Whatsapp, sem autoria registrada,  podia ser uma professora, pois o gênero feminino é majoritário no magistério. 

Então, ele encontrou um ex-aluno, que também virou professor, e afirma que abraçou o magistério por causa dele. Veja que honra, mas há alguns profissionais que acham isso uma péssima escolha, não querem nem que seus filhos sigam o caminho dos pais!

Vamos à leitura do texto:  

O professor velhão pergunta pro cara qual foi o momento em que ele o inspirou a ser professor. E aí o aluno que virou professor conta a história.
“Um dia um amigo meu, estudante também, chegou com um relógio novo, lindo, e eu decidi que queria pra mim e roubei, peguei do bolso dele. Aí este meu amigo percebeu o roubo e reclamou com você (professor). Você disse: - O relógio do colega de vocês foi roubado, quem roubou devolva. 
Não devolvi porque não queria. Aí você trancou a porta, falou pra todo mundo ficar em pé que você passaria de um por um para revistar os bolsos de todos até achar o relógio. Mas falou pra todos fecharem os olhos, pois faria isso com os alunos de olhos fechados...
 Todos fecharam os olhos e você foi indo de bolso em bolso e quando chegou no meu encontrou o relógio e pegou. 
Continuou revistando todos, quando terminou disse: 
- Podem abrir os olhos. Já temos o relógio.
Você não me disse nada. Não mencionou o episódio nunca. Não falou quem tinha roubado pra ninguém. E naquele dia salvou a minha dignidade para sempre.
Foi o dia mais vergonhoso da minha vida. Mas o dia em que minha dignidade foi salva de eu não ter me tornado um ladrão, uma má pessoa.
Você nunca falou nada. Não me deu lição de moral. E eu entendi a mensagem. E entendi que é isso que um verdadeiro educador deve fazer.
- Você não lembra disso, professor?
E o prof responde: eu lembro da situação, do relógio roubado, de eu ter revistado todos, mas não lembrava de você, porque eu também fechei meus olhos ao revistar.
O professor não queria achar o pecador, nem quis punir ninguém com o regimento interno da escola, nem mesmo lhe deu um longo sermão. Se o problema era que o relógio havia sumido, e ele foi encontrado, então era só devolvê-lo ao dono. Sem nenhum fuzuê, deu uma grande lição, tirou um aluno do mau caminho.

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