O vírus acopla-se à célula unindo suas proteínas externas, tal como uma nave espacial no planeta! |
Para um vírus entrar
no organismo tem que vencer o sol, calor, frio, falta de umidade, isto se não
encontrar pelo caminho um sabão, álcool gel e outros desinfetantes, e até mesmo
uma autoclave. Para chegar até um organismo, o vírus passa por uma odisseia no
“espaço sideral”, tal como o meio ambiente em que vivemos ou oferecemos a eles!
Um verdadeiro filme de aventura microbiana.
Depois que achou um
organismo, os vírus têm que achar um orifício exposto como a boca, nariz e
olhos, pois a pele mais grossa e seca, dificulta a penetração. Até chegar na
célula-alvo vai ter que nadar por secreções como a saliva, muco, lágrima, urina
e pelo sangue. Neste trajeto, correm perigo pois podem encontrar células
guardiãs preparadas para matá-los ou ainda armas ou anticorpos idealizados para
dizimá-los. As células podem ser chamadas de linfócitos e macrófagos e as armas
de imunoglobulinas, enzimas e citotoxinas!
Se os vírus chegarem
até a célula-alvo, ainda vai ter que usar uma senha nos receptores de sua
superfície: [serra correta] pode entrar! E a partir deste momento, se começa o
processo da reduplicação viral. A vida de um vírus não é fácil! Aliás, nem se
sabe ao certo se o que ele faz pode ser considerado como vida!
QUEM SÃO?
Vírus vivem dentro
das células e são tão pequenos como uma formiga perto da gente. Quando se diz
“partículas virais” tem que ter cuidado. Partícula é uma parte muito pequena da
matéria, é uma “partezinha” tão molecular que o vírus perto dela fica enorme!
Partículas virais são partes de suas estruturas como acido nucléico,
aminoácidos e proteínas. Se entrarem no corpo, as partículas não induzem
doenças, mas se o vírus entrar inteiro, aí sim! As vacinas são feitas de
partículas virais, mas não de vírus inteiros.
Para o vírus, uma
célula é um parque de diversão enorme. Temos 10 trilhões de células para os
vírus usufruírem. Ao entrarem nas células liberam seu pequeno DNA ou RNA,
também chamado de genoma viral. Ele se incorpora no genoma gigante da célula,
fazendo parte dele agora. O vírus dentro da célula é como um pirata dentro do
navio: agora quem comanda é o “capitão gancho”!
Genoma é o conjunto
de informações (ou manual do usuário) para que a célula funcione. Os genes
virais incorporados transformam as, obrigatoriamente, em fábricas de novos
“zilhões” de vírus, igualzinho aquele que entrou. Tudo rapidamente em minutos e
horas. As células copiam e exportam cópias perfeitas destes vírus que irão contaminar
outras células.
DUPLICAM!
Não é correto dizer
que vírus prolifera ou se multiplica, pois não entram em mitose e se dividem.
Os vírus se reduplicam ou replicam utilizando-se das estruturas celulares para
formar “zilhoes” de cópias. Vírus não têm pais e filhos, tem os pioneiros ou os
primeiros que chegaram, mas sem laços familiares e afetivos.
Vírus estão dentro
das células, “vírions” estão fora delas e prontos para infectar novos
hospedeiros. Depois de prontinhos, os vírus são lançados aos milhões para o
exterior das células em suas secreções, interagem com proteínas do hospedeiro e
recebem temporariamente o nome de “vírions”, prontos para infectar novas
células e, dentro delas, voltarem a chamar vírus! Os meteoros estão no espaço,
mas quando entram na atmosfera e persistem como pedaços de rochas na terra,
passam a ser meteoritos!
REFLEXÃO FINAL
A odisseia de um
vírus e as suas dificuldades em cada fase até se reduplicar aos milhões, faz
com que a doença seja mais ou menos severa. São muitos os fatores que
influenciam a gravidade da doença e a transmissão do vírus. É por isto que a
doença viral nunca é igual nas pessoas quanto as manifestações clínicas! Como
espécie atacada, nossa missão na odisseia é ser o outro lado da força,
dificultando o que possamos para o vírus não consiga seus objetivos! Também é
por isto que alguns pegam a doença e outros não!
Alberto Consolaro – Professor Titular da USP - FOB Bauru-SP - consolaro@uol.com.br
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