Comparação entre a face normal e a com paralisia facial! |
A paralisia facial ocorre pela parada temporária ou
permanente do nervo que sai do cérebro com uma raiz motora para controlar os
movimentos dos músculos da expressão facial e outra, sensitiva para controlar o
gosto nos terços anteriores da língua. Na face e língua, o nervo facial se distribui em vários ramos
menores.
Quando houver seccionamento, haverá a paralisia facial que pode ser
temporária após reconectar com microcirurgias. Amassamentos, pinçamentos ou
compressões também levam à paralisia facial temporária. Junto com a paralisia
facial pode acontecer a anosmia e disgeusia.
Os vírus têm afinidade molecular com certas células, isso se
chama de tropismo. O papiloma vírus gosta das células epiteliais da pele e
mucosas, o do herpes simples e da varicela/zoster afinam-se com os nervos ou
neurônios. Alguns vírus gostam de pulmão, outros atacam o fígado com hepatites.
Há os que gostam de linfócitos, outros de glândulas como o da caxumba que
adora as parótidas.
Dizem que os nervos parecem fios elétricos, o que não é
verdade, são os fios elétricos que se parecem com nervos, por onde passam
energia e estímulos para o corpo funcionar a mando do cérebro e medula espinal
que formam o sistema nervoso central. Se os fios, ou melhor, se os nervos estão
lesados, desencapados, amassados ou destruídos não haverá transmissão de
estímulos, gerando paralisias e anestesias. Anestésico impede a passagem da dor
pelo nervo e a toxina botulínica lesa a sua estrutura, deixando a área sem
movimentos e rugas, mas apenas por alguns meses! Na poliomielite com neurônios
contaminados, não ocorre o desenvolvimento dos membros com a paralisia
infantil.
A paralisia facial pode ser induzida por vírus que entram no
nervo, ocupam espaço e usam as organelas, atrapalhando a comunicação cérebro e
músculos da face. Ou não deixa o paciente sentir o gosto, embora o paciente nem
perceba, pois, o outro lado da língua está normal. Esses vírus seriam do herpes
simples e os da varicela/zoster. A terapia com antivirais e outras drogas,
quando o paciente procura quase que imediatamente o neurologista, pode abreviar
e eliminar o problema em 8 semanas.
Na paralisia facial, um dos lados fica com o canto da boca e
dos olhos caídos. O paciente não consegue fechar o olho e precisa usar tampão
ao dormir para proteger os olhos da secura. Se tentar fechar os olhos, as
pupilas viram para cima e isto se chama sinal de Bell e é “patognomônico”.
Vírus adoram viajar e sair pelos tecidos quando a pessoa está estressada, pois
as defesas estarão diminuídas. Por isso que se diz que a paralisia, assim como
herpes e o zoster, têm a ver com o estresse que promove uma “agitação” viral na
sua estrutura, leia-se uma multiplicação aumentada, o que interfere na
comunicação neural e muscular facial.
Nos últimos meses, se diz que aumentaram os casos de
paralisia facial e se atribui isto ao coronavírus, embora ainda não se saiba se
ele é neurotrópico mesmo! Pode até ser, mas as pessoas também andam muito
estressadas e isto tem “movimentado” os herpesvírus nas estruturas do nervo
facial.
A paralisia facial é frequente e algumas pessoas afirmam que
surgiu depois de uma exposição repentina ao frio ou logo depois de um
tratamento dentário ou estético, pois tem traumatismo e produtos químicos que
podem induzir lesões neurais! Em tempo: mais de 80% das paralisias faciais são
temporárias e o segredo para isto é procurar o neurologista logo no início e
seguir a terapêutica receitada!
Alberto Consolaro –professor titular da USP-FOB Bauru-SP - consolaro@uol.com.br
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