BBB21: ficar com a bunda de fora

Chargista:Maurício Ricardo 

Lumena e Rodolfo

Hélio Consolaro é professor, jornalista e escritor. Araçatuba-SP

Vou escrever este texto sem inspiração, ainda não sei qual vai ser a melhor parte do texto, que título será interessante. Nunca assisti ao BBB (Big Brother Brasil) e nenhum outro reality show (show da realidade). Apenas sei que várias pessoas fizeram a vida participando dele. Houve gente que até virou deputado.

Nos Estados Unidos, o primeiro reality show televisivo do mundo surgiu em 1973, com a atriz falecida em janeiro deste ano, Patrícia Loud. No Brasil, se chamava "No limite", foi no ano 2000, depois ganhou o nome do BBB.

O povão gosta mais do BBB, mas não podemos dizer que outras classes sociais não o curtam. Trata-se de uma casa de vidro, transparente, onde o nível de privacidade é mínimo. O iceberg fica invertido, até a reserva de intimidade não resisti. É difícil o participante esconder virtudes e vícios. A realidade dá o seu show.  

Na verdade, depois da pandemia da covid-19, todos os brasileiros estão treinados para ficar 60 dias preso numa casa. Este cronista já está no isolamento há quase um ano.  

Podemos dizer que a vida política é um reality, principalmente para os grandes cargos, porque basta ganhar exposição na mídia, os podres começam aparecer. O que era um erro qualquer, ganha proporções descomunais. 

Tanto na TV como na política, os participantes não podem reclamar, pois se inscreveram e sabiam dos riscos. É ficar com a bunda de fora o tempo todo.

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