AGENDA CULTURAL

6.4.21

Já estamos no mapa da fome

 

*Hélio Consolaro é professor, jornalista e escritor. Araçatuba-SP

Eu estava olhando as mensagens de um grupo de zap, quando vi um amigo, que se dizia empresário, e se orgulhava disso,  comunicando que havia fechado sua empresa e ia trabalhar como empregado. Era o empreendedorismo às avessas, ao contrário do que tanto prega o Sebrae. 

Esse meu amigo deixava o grupo de zap porque não podia ser mais voluntário, precisava mesmo era cuidar da vida dele. E agradecia a Deus por ter arrumado pelo menos um emprego. E culpava a pandemia por sua decadência.

A covid-19 não é coisa boa, todos sabem, mas precisamos ter um governo comprometido com a população para enfrentá-la coletivamente. E os governos que temos aí estão mais preocupados em fazer política partidária e eleitoral do que com a pandemia. Não estou livrando a cara de ninguém.

Fome cresce e, pela 1ª vez em 17 anos, mais da metade da população não tem garantia de comida na mesa (Site do jornal Extra, 6/04/2021)

Meu amigo deixou de ser empresário e é empregado porque instalou no país um política neoliberal que não se importa com os pequenos. A pandemia para Bolsonaro foi a salvação, ela esconde a sua incompetência. 

Por aquilo que sei, o SESI não é só contra a fome na pandemia

Li um meme bem interessante. Apontava que o problema do Brasil não é esquerda ou direita, mas de sanidade mental. Temos um presidente que precisa ser interditado pelo Congresso Nacional.  

Voltamos no tempo. No mundo, já estamos no mapa da fome: fazendo campanha para arrecadar alimento, para isso basta ressuscitar slogans e cartazes do Betinho na década de 90. E os bolsonaristas renitentes vão dizer que foi por causa da pandemia. 

Temos uma elite no país, e o pensamento vem desde 1500, que não quer alimentar o trabalhador, ela deseja que as pessoas lhe prestem serviços sem comer, como se carro  andasse sem combustível.

Daqui a pouco, as "pessoas de bem" estarão invadindo supermercados para poder comer. E vão dizer que estão sendo insufladas pela esquerda.  

O planeta Terra é de todos. Aqui, ninguém é inquilino, devíamos nos tratar como irmãos.

ÁUDIO DA FOLHA DE SÃO PAULO. CLIQUE AQUI PARA OUVI-LO 

 

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