AGENDA CULTURAL

11.4.21

Justiça organizacional - Gervásio Antônio Consolaro

Você é ouvido em decisões de trabalho que impactam seu cotidiano? Seu chefe trata as pessoas da sua equipe da mesma forma? Você sente que seu esforço é recompensado, mesmo com um simples elogio? Se você respondeu “não” a uma ou a todas essas questões, muito provavelmente sua motivação para trabalhar está aquém do ideal. Estas questões exemplificam aspectos distintos, mas complementares, do conceito de justiça organizacional.

O escritor e pesquisador organizacional Jerald Greenber, divide o conceito de justiça organizacional em três aspectos; a justiça procedimental; a distributiva e a interacional, que resumimos abaixo.

A procedimental diz respeito como são estruturados os processos de decisão. Em outras palavras, trata-se da justiça percebida nos processos que determinam resultados de interesse das partes envolvidas. Em praticamente todos os relacionamentos sociais existem conflitos ou potencial para conflito. O que vai definir a satisfação com a resolução desses conflitos é, ao contrário do que nos diria nossa intuição, menos os resultados e mais o processo de decisão pelo qual esses resultados são alcançados.. As regras do jogo precisam ser claras e baseadas em critérios objetivos.

O segundo aspecto é a chamada justiça distributiva, que compreende a percepção relacionada a esforços e resultados. Não se trata apenas de recompensar o esforço, mas de reconhecer a contribuição diferenciada quando ela existe e é relevante. Aspectos de justiça distributiva no trabalho costumam se tornar salientes nas equipes diante de situações comuns, como a distribuição desigual do trabalho, a ausência de critérios claros para a atribuição de tarefas, menos desejadas, e a ausência de recompensas diante do esforço diferenciado. As recompensas não são apenas financeiras. Outros recursos como, nomes de determinados cargos, elogios, oportunidades de carreira – também são consideradas recompensas gerenciáveis em um contexto organizacional .

Já a justiça interacional compreende acesso igualitário a informações que impactam a vida do profissional, bem como o tratamento digno e respeitoso na relação interpessoal. Ninguém se sente bem ao saber que apenas um grupo mais próximo ao chefe tem acesso a informações importantes. Similarmente, ninguém gosta de ser tratado com desprezo, sem respeito e sem consideração. Isso para não falar de extremos de comportamentos desrespeitosos, como o assédio moral.

Por fim, a justiça interacional compreende duas facetas como o sugerido acima. Uma delas é a justiça informacional, que está relacionada à distribuição adequada e equânime de informações. A outra faceta interacional engloba ainda aspectos como o feedback  dado no tempo certo e existência de uma ambiente de acolhimento emocional para o profissional.

Gervásio Antônio Consolaro, ex- delegado regional tributário do estado/SP, agente fiscal de rendas aposentado. Administrador de empresas, contador, bacharel em Direito e pós-graduação em Direito Tributário. Curso de Gestão Pública Avançada pelo Amana Key e coach pela SBC.  

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