Esta homenagem póstuma, publicada num blog de Araçatuba, acanhado para caber a grandeza de Maria Scintila de Almeida Prado Por, se deve a uma figura lendária do magistério araçatubense: Professor Fernandão (Fernando de Almeida Prado) irmão de Scintila, pais de Cláudia e Júnior (Hélio Consolaro)
Maria Scintila de Almeida Prado Por |
Hoje (01/04/2021) está fazendo uma semana que a tia Scintila morreu, sim ela sempre falava, quando eu morrer use a palavra correta, não diga partiu. Ela não conseguia entender o porque de falar de forma mais leve, queria a palavra exata com todo sofrimento que ela trás.
Abaixo um texto sobre ela, do meu irmão
Fernando Almeida Prado Jr.
acho perfeito o texto (Cláudia Prado)Ajudou a construir a Oceanografia Brasileira Maria Scintila de Almeida Prado Por, na juventude em seu tempo no Colégio Bandeirantes, planejava estudar medicina, mas acabou se direcionando para estudar Ciências Naturais na USP.
Nos anos 50 esse era um curso eclético que reunia diferentes especialidades como a Biologia, Zoologia, Geologia e outras ramificações. Essa diversidade fez toda a diferença na formação de Scintilla (assim mesmo em latim uma centelha de vida e amor) que se apaixonou pela zoologia, mais especificamente pelos animais marinhos. Costumava brincar que seus animais preferidos eram os microplânctons.
Essa dedicação ao tema ajudou que ela fosse uma das pioneiras da Escola de Oceanografia da USP, na Cidade Universitária, unidade para a qual foi nomeada em 1961 no cargo de Oceanógrafo na carreira de professor universitário quando começava a separação das carreiras especificas da antiga Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras.
Ainda nos anos 60, foi ao Reino Unido para complementar seus estudos de pós-graduação, trabalhando intensamente na ilha de Man situada no mar entre Inglaterra e a Irlanda em uma estação experimental de biologia Marinha. Suas cunhadas e irmãs admiraram sua coragem pois na época não era usual este tipo de “aventura”.
Sua dedicação a ciência lhe rendeu homenagens, inclusive uma bem inusitada, tendo seu nome associado a uma medusa marinha, a “MASTIGIAS SCINTILLAE” nome designado por colega ao identificar uma nova espécie descrita em um artigo cientifico. Costuma dizer que sua tarefa principal era descrever novas espécies, pesquisar novas funções e explorar os diferentes padrões de comportamento das mesmas. Havia sempre muito o que fazer. Escreveu livros e deixou uma legião de ex-alunos que a admiravam.
Scintilla posteriormente encontrou o amor de sua vida associada à profissão de oceanógrafa, o Dr. Francis Dov Por, professor emérito da Universidade Hebraica de Jerusalém, cidade onde viveu entre 1979 e 2015. O casal sempre visitava o Brasil onde interagiam em programas cooperativos de pesquisa na USP. A interação universitária praticada pelo casal foi replicada em inúmeras universidades ao longo do mundo, o que propiciou que eles viajassem muito e conhecessem várias dezenas de países, fato que enchia Scintilla de alegria pela percepção de ser uma cidadã do mundo.
Não teve filhos, mas sempre foi de um extremo carinho e generosidade com seus sobrinhos, enteada e netos.
Scintilla nos deixou dia 24 de março de 2021, aos 85 anos, por conta de complicações advindas da COVID-19. Teve vida longa e feliz, mas deixa muitas saudades."
3 comentários:
Que mulher corajosa e inspiradora para nós!!! Sua história é de muito conhecimento e determinação!
Que mulher corajosa e inspiradora para nós!!! Sua história é de muito conhecimento e determinação!
Tive a honra de fazer estágio com ela no Oceanográfico, em 1974, identificando espécies de copépodos de amostras colhidas no litoral brasileiro. Ela foi sempre muito gentil e encorajadora, deixando uma marca de muita gratidão na minha vida. Ela foi sempre um exemplo a ser seguido.
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