AGENDA CULTURAL

27.7.21

Âncoras ou raízes -Gervásio Antônio Consolaro


Uma árvore não precisa agarrar-se a outros ramos para equilibrar-se em uma tormenta porque sente a segurança desde sua raiz.

A humanidade cada vez mais está voltada ao externo. São muitos os estímulos e as fontes de dependência; os enganos a nossos sentidos nos introduzem em um mundo ilusório e tentamos nos apoiar em algo destinado a quebrar-se, pois as ramas não foram feitas para sustentar nosso peso. 

Os japoneses recomendam sentir os pés sobre a terra quando estamos emocionalmente melancólicos e, com a respiração, enraizar-se cada vez mais até se acalmar. Essa é uma técnica simples, mas os resultados são imediatos, porque vamos direto à fonte.

A vida sempre nos traz mudanças quando menos esperamos e é nossa escolha deixar que passem por cima de nós ou fluir com essas mudanças.

Imaginemos que temos duas opções: ou somos um barco ancorado na areia, ou uma árvore com raízes. A primeira opção de alguma forma o imobilizará, você não terá mais alternativa de expansão, o barco terá de conformar-se em contemplar as ondas que vão passando por ele, segurando-se  até que passe uma grande onda ou chegue uma tormenta e o arraste. 

Assim segue a vida vendo as oportunidades passarem direto enquanto seguimos ancorados a nossos medos e nossas inseguranças até receber um impacto. Por outro lado, a segunda opção tem vida. As raízes de uma árvore têm a possibilidade de crescer para seguir fundindo-se com a terra, há uma troca, as raízes lhe nutrem, lhe convidam a expandir-se para mudar e servir constantemente. Quanto mais se entrega ao crescimento, mais se segura à terra dando-lhe permissão de expandir com confiança seus ramos ao céu.

Abraçar as mudanças é receber as chuvas, as tormentas, o sol e a vida como for chegando, mantendo o tronco firme e elegante, com seus ramos flexíveis e confiantes porque essa árvore sabe que sob seus pés há uma força maior que a segura.

 Bert Hellinger, o criador das constelações familiares, fala das ordens do amor, em que somos pequenos e nossos pais são grandes, e sempre seremos os filhos e eles nossos pais. Isso quer dizer que para levar um destino abençoado, você tem primeiro que inclinar-se e honrar ao pai e à mãe,  respeitar e perdoar seus irmãos, visualizar atrás deles os pais se seus pais e assim sucessivamente, pedindo-lhes sua bênção até levá-los com gratidão no coração. 

Isso é ter raízes firmes e o que supera qualquer medo ou insegurança diante das mudanças, pois quando vêm as ondas de crises, de alguma forma os ancestrais e família, se levantam para apoiar e sustentar, animar para que você não detenha seus passos.

Por fim, os medos, a dor, a insegurança ou a ignorância podem surgir, mas dessa vez não vão paralisá-lo.  

GERVÁSIO ANTÔNIO CONSOLARO - diretor regional da  Assoc. Fiscais de Rendas-SP, consultor tributário, agente fiscal de rendas aposentado, ex-delegado regional tributário, ex-assessor executivo da Prefeitura de Araçatuba, administrador, contador, bacharel em Direito, pós-graduado em Direito Tributário, curso  de gestão pública avançada pela Amana  Key e coach pela SBC.            g.consolaro@yahoo.com.br          

Nenhum comentário: