Cada beijo passa 1 bilhão de microrganismos de 300 espécies! |
Muitas doenças são obtidas pelo beijo como
HPV, herpes, mononucleose, sífilis, herpangina e outras. Uma saliva ou “gosma”
alheia pode ficar em nossa boca por até 3 dias! Para se prevenir das surpresas
patológicas do beijo, podemos aplicar os dois critérios chamados de “protocolo
tô fora!”.
PROTOCOLO “TF”
O critério número 1 é a Intimidade. Beijar
na boca é o máximo da intimidade se compararmos com sexo praticado apenas com
os órgãos sexuais! Beijar na boca é dizer ao outro: vou correr todos os riscos
e te beijar na parte mais contaminada do corpo, por onde passa de tudo que
possamos imaginar nesta vida! Antes de beijar pergunte a você: - eu tenho toda
esta intimidade para beijar na boca deste vulcão biológico de elevado grau de
contaminação? Vale a pena trocar saliva com esta pessoa?
O critério número 2 é a seletividade. Antes
de beijar pergunte a si: como deve ser a boca desta pessoa, vale a pena
arriscar? Como deve estar a superfície da língua? Estará com ou sem saburra? E
os dentes estarão com placa? Se fica até 3 dias a saliva de uma outra pessoa na
boca, será que tem uma terceira saliva ali? Especialistas estabeleceram que
“promiscuidade” nos relacionamentos se estabelece quando se tem mais de dois
parceiros sexuais por ano. O que significa dizer que o risco biológico de se
contaminar é altíssimo acima disso!
Se depois deste protocolo, ainda decidir
que vai beijar, você está quase apaixonado! Se o beijo for bom demais, estarás
dominado pelo desejo de amar! E é bom demais.
BEIJO E COVID
O coronavírus infecta e replica ativamente
dentro das células glândulas salivares e é liberado em grandes quantidades na
saliva, o que permite até fazer testes para diagnóstico. Isso foi demonstrado
neste mês em trabalho de cientistas da Medicina e da Odontologia da USP em São
Paulo e publicado no conceituado “The Journal of Pathology” (v254, issue3,
239-43, July 2021). As glândulas salivares atuam como fábricas de coronavírus
para a boca.
Se comer, escovar os dentes e a língua,
diminuísse naquele momento a quantidade de vírus, em seguida imediatamente saem
uma outra quantidade enorme para a boca. O mesmo ocorre com os enxaguantes. As
glândulas salivares podem ser maiores como a parótida, submandibular e
sublingual, mas temos as milhares de pequenas glândulas localizadas logo abaixo
da mucosa. Se puxar o lábio seco por alguns minutos na frente do espelho, vai
minando gotas de saliva em alguns pontos. O coronavírus também é produzido no
interior nos tecidos gengivais.
REFLEXÃO FINAL
O coronavírus pode entrar e passar pela
boca e não necessariamente, pelo nariz. A boca pode ser a principal fonte de
entrada. Logo, durante o beijo, pode se passar o vírus pela saliva a uma outra
pessoa se ainda não foi contaminada!
Estudos relatam que esta produção bucal ocorre em pacientes com sintomas
leves e em assintomáticos por até 30 dias depois!
Na hora do beijo, o protocolo sugerido
previne outras doenças citadas, mas também a Covid-19. Fiquemos espertos, pois
a pandemia ainda não acabou, infelizmente!
Alberto Consolaro – professor titular da
USP
na FOB Bauru-SP - consolaro@uol.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário