Hélio Consolaro é professor, jornalista e escritor. Araçatuba-SP
Costumo alimentar o quadro de story, tanto no Facebook como no Instagram, com mensagens positivas para que construamos nosso cotidiano e nossas vidas com mais leveza.
Não sei alcanço tais objetivos, mas tenho esse procedimento, seguindo a parábola do semeador: algumas sementes cairão em solo fértil.
A última foi um pensamento do homem de teatro Ariano Suassuna, intelectual de Pernambuco: "O fanatismo e a inteligência nunca moram na mesma casa".
A postagem recebeu um comentário de uma pessoa que conheço, tive uma certa convivência, defendendo o radicalismo, o fanatismo. Sabia que a pessoa era bolsonarista, mas não que babasse tanto por seu "mito". Ele não me atacou, não foi mal-educado, apenas argumentou. A semente caiu num terreno pedregoso.
Estou acompanhando o noticiário sobre os problemas enfrentados pelo Afeganistão e aproveitei para assistir ao filme "O caçador de pipas", baseado no livro de Khaled Hosseini, que li há alguns anos.
Ler a ficção chega-se melhor à realidade (parece um paradoxo) para vivenciar os conflitos políticos envolvendo as pessoas, pois boa parte do cenário do filme "Caçador de pipas" é Cabul.
Entrei no Youtube, porque clássicos não se encontram na Netflix, achei o filme por um aluguel de R$5,90, em HD.
Voltando ao tema da crônica, estamos vendo as consequências do radicalismo político no Afeganistão. Ele começa nas palavras e depois vai para as ações, até classificar o contraditório como inimigo e matá-lo.
Na minha mocidade, conheci o radicalismo de esquerda, gente no vigor da juventude, querendo mudar o mundo. Agora, estou conhecendo o mesmo comportamento na direita, gente bem madura revoltada com a modernidade.
Ser morno ou neutro é omissão; ser agressivo, violento, não respeitar opiniões alheias é ser antidemocrático. Bom mesmo é defender a sua opinião sem ofender, sabendo que o outro pode pensar diferente, tem esse direito.
Respeito, moderação e tolerância. Ninguém é dono da verdade, ela mora dos dois lados. De outro modo, o Afeganistão pode ser aqui.
Um comentário:
Ótima colocação dos extremos.
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