O cheiro da chuva caindo sobre a grama no pasto. Bolachinhas de chocolate. O aroma de um xampu esquecido há muito tempo. Nosso nariz tem uma forte memória, e um cheiro pode evocar numerosas emoções.
O Olfato é o mais antigo dos nossos sentidos e deriva de um sistema de
defesa ancestral, de uma época em que podíamos sentir o cheiro do inimigo (ou
de nossa próxima refeição) a distância.
Quando aspiramos as moléculas existentes no ar se dissolvem ou se
misturam ao muco existente nas fossas nasais. As células receptoras do epitélio
olfativo ali presentes tem cílios, que podem detectar diferentes tipos de
moléculas, e o cheiro é processado nos gânglios basais. Em fração de segundo,
podemos identificar cada um dos cerca de dez mil diferentes aromas.
Homens e mulheres emitem feromônios – sinais químicos que atuam
fortemente sobre os outros, embora não possamos detectá-los de modo consciente.
Os feromônios podem estar nos fluídos corporais, incluindo o suor, a saliva e o
sangue. Se o cheiro realmente desempenha papel importante na atração sexual,
isso explica porque pessoas que perdem o sentido do olfato também relatam a
perda do impulso sexual.
Muitos animais, quando sentem a aproximação do perigo, avisam os outros
de sua espécie segregando substâncias químicas. Os seres humanos podem fazer o
mesmo? Em um estudo da Universidade Rice, um grupo de indivíduos do sexo
masculino usou compressas nas axilas enquanto assistiu filmes com cenas
assustadoras. Posteriormente, um grupo de voluntárias foi levado a sentir o
cheiro dessas compressas enquanto via imagens de rostos com expressões que iam
de felicidade a medo, algumas bastante ambíguas, e tinha de identificar,
acionando um botão, que emoção cada rosto transmitia, Como resultado, a maioria
das mulheres interpretou as expressões ambíguas como medo, provando que o suor
humano guarda relação com o estado emocional.
Na Universidade da Califórnia, no campus de Berkeley, cientistas
descobriram que uma substância química encontrada no suor masculino aumentava
os níveis de cortisol – hormônio do estresse – em mulheres heterossexuais. O
estudo, divulgado na revista The Journal of Neuroscience, ofereceu a primeira
evidência direta de que seres humanos, assim como ratos, mariposas e borboletas,
secretam um aroma que afeta a fisiologia do sexo oposto. Pela primeira vez se
demonstrou que determinado elemento presente no suor masculino induz a
alteração dos níveis hormonais em mulheres.
O suor tem sido o principal elemento de estudo dos feromônios humanos,
de fato, já se demonstrou que o cheiro que se concentra sob as áxilas dos
homens melhora o humor das mulheres e afeta a secreção do hormônio
luteinizente, envolvido na estimulação da ovulação.
Por fim, há estudos que têm revelado que o cérebro humano dispara sinais
sexuais positivos quando sentimos o cheiro natural de alguém, e negativos,
quando o aroma é industrializado. Embora possamos achar que determinado perfume
nos excita ou nos torna mais sedutores, a verdade nosso corpo só se liga mesmo
com o aroma natural. Pense nisso antes de se encher de perfume!
Gervásio Antônio Consolaro, Diretor da AFRESP, ex-Delegado Regional Tributário, Auditor Fiscal da Receita Estadual aposentado, Administrador de Empresas, Contador e bacharel em Direito.
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