Os organizadores anunciaram a presença do presidente Bolsonaro sem confirmação de agenda.
@wellingtonmacedoapoio
(Instagram)
Um homem de 56 anos, velho conhecido do Tribunal de Justiça de São Paulo, e outros companheiros seus, arrecadaram 250 mil com falsa motociata e almoço com o Presidente da República. Fábio Rodrigues Jordão, também anunciava um show com a banda Cheiro de Amor. A Polícia Civil de Pereira Barreto também investiga a possível participação do empresário Jackson Villar, da Motociata Acelera para Cristo que ajudava na divulgação e organização do evento. Jackson postou vários vídeos anunciando e confirmando a presença do presidente Bolsonaro, mas tudo não passava de um golpe. Villar criou muita confusão ameaçando comerciantes de Pereira Barreto, tentou agredir e ameaçou de morte o jornalista Wellington Macedo que teve que chamar a Polícia para sair com segurança da pousada, deixando até algumas peças de roupas para trás.
Jackson Villar fugiu da pousada antes mesmo da chegada da Polícia Militar, às 08h da manhã desta última sexta-feira, 8/7/2022. O empresário estava com o carro cheio de camisetas da Motociata Acelera para Cristo. O golpe só não atingiu mais pessoas porque os políticos locais e o jornalista Wellington Macedo estavam alertando nas redes sociais e os moradores da região.
O almoço com a presença do presidente Bolsonaro e do ex-ministro Tarcísio de Freitas, não teve mais que 100 pessoas presentes. Denis Souza, foi uma das vítimas do golpe e pagou R$ 340 só para ver o Presidente da República. Quando descobriu que era um golpe, ficou decepcionado e prometeu registrar um B.O na polícia. O ingresso estava sendo vendido pela internet e a grana caia direto na conta de Fábio Jordão. Ele já foi condenado em 2016 por crime de estelionato e ficou preso por quase três anos no CDP – Centro de Detenção Provisória de São José do Rio Preto/SP.
Jordão, que chega a se apresentar como pastor para facilitar a aplicação do golpe, alugou um galpão numa pousada local para o almoço e deixou os donos do estabelecimento no prejuízo. Ele chegou a afirmar que o avião presidencial tinha pousado em São José do Rio Preto e que o presidente estava passando por Andradina puxando a motociata em direção a Pereira Barreto. Ele também chegou a divulgar que tinha 1 milhão de motocicletas inscritas, mas apenas 150 participaram. O prefeito de Dracena e de Pereira Barreto divulgaram vídeos alertando a população para o golpe, mesmo assim teve empresário contribuindo com até 40 mil reais e doando gasolina para Fábio Jordão. O empresário Renato Teixeira recebeu de Jordão a encomenda de 1 milhão de garrafas de água mineral com o rótulo “Sou Mito”. Ele chegou a levar 80 mil unidades, mas vendeu apenas 200 garrafinhas e também amargou o prejuízo.
Estava sendo divulgado por Fábio Jordão que a prefeitura tinha doado um terreno para a construção de um hospital, e segundo ele, todo o dinheiro arrecadado seria para a construção desse novo hospital na cidade de Pereira Barreto. Divulgava também que Bolsonaro inauguraria a pedra fundamental durante o evento, mas segundo fontes ligadas a prefeitura, a administração pública não doou nenhum terreno e não tinha conhecimento da construção desse novo hospital.
O prejuízo para os cofres públicos também foi milionário pois a falsa motociata mobilizou um efetivo de mais de cem policiais, dezenas de motos e viaturas da polícia. Até o helicóptero Águia foi acionado para acompanhar 150 motocicletas. O jornalista Wellington Macedo chegou a dar voz de prisão contra o estelionatário e chamou a polícia. Dez viaturas, dezenas de policiais e um oficial de justiça foram até o local do almoço e Jordão foi citado. A justiça tinha acabado de deferir uma liminar contra o evento, e agora Fábio Jordão vai responder ainda em liberdade a mais um processo de estelionato. Wellington Macedo também registrou um Boletim de Ocorrência pois a marca da Marcha da Família Cristã pela Liberdade foi usada indevidamente e sem a sua autorização para arrecadação ilícita de dinheiro.
Fotos e vídeo: Wellington Macedo
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