Não há nada mais desmotivador do que tentar motivar alguém. Mesmo assim, é fácil cair na tentação de abraçar a ideia de que uma das principais responsabilidades dos gerentes é motivar seu pessoal. Por anos a fio, os administradores vêm tentando alcançar o sucesso nesse tipo de empreitada. E, mesmo que praticamente nada tenham conseguido, os conselhos continuam a brotar de todos os lados. As mais variadas receitas são oferecidas para que se obtenha aquilo que um grande número de publicações em Psicologia considera como verdadeiro milagre.
Um primeiro ponto a considerar é se todos, aqueles que descrevem a atividade gerencial
como geradora de motivação estão realmente falando do mesmo assunto. De fato, custa
acreditar que, apesar de muito utilizada e discutida nas organizações, a
motivação seja objeto de considerações tão diferentes entre si. Essa
discrepância indica que há, pelo menos, um interesse considerável pelo assunto.
Trata-se de um tema que há mais de uma década está em grande evidência. No
entanto, há um ponto em comum entre muitas das interpretações que as pessoas,
no geral, oferecem quando falam do assunto : raramente opiniões, crenças e
mitos baseiam-se em informações oferecidas por pesquisas científicas.
A dificuldade básica se deve a um fato simples: nem sempre dois
indivíduos que agem da mesma maneira o fazem pelas mesmas razões. Pesquisas
científicas realizadas sobre o comportamento motivacional revelam que não
somente as pessoas têm objetivos diferentes, como as fontes de energia que
determinam seu comportamento são extremamente variadas. Assim o estudo da
motivação humana consiste na pesquisa dos motivos pelos quais as pessoas fazem
o que fazem e se encaminham em direção a seus objetivos – objetivos que são, em
última análise, escolhas de ordem interior ou intrínsecas a personalidade de
cada um.
Motivação em tempos turbulentos
O mundo empresarial vive um período em que o grande desafio é conseguir
dominar a mudança. No entanto, as condições em que as mudanças estão ocorrendo
são claramente adversas, ou, como propõem alguns autores, mais turbulentas,
mais caóticas e mais desafiadoras do que nunca.
Assim, pessoas e organizações se veem ao mesmo tempo atônitas e constrangidas
a viver sob a pressão da procura de alguma estratégia que lhes permita dominar
os novos desafios.
O fim do conceito clássico de emprego já é uma realidade: após anos de
previsões otimistas e alarmes falsos, as novas tecnologias de informações e comunicação fazem sentir
seus violentos impactos. Sempre a reboque dos eventos, parece que as pessoas custaram a entender que não
lidavam mais com inocentes exercícios de futurologia mas com uma realidade a
ser vivida aqui e agora.
Em meio a mudança, as pessoas parecem movimentar-se desordenadamente, invalidando qualquer tentativa de controle. Os administradores, inquietos, se perguntam constantemente: como é possível conseguir que as pessoas produzam sob condições em que normalmente não estariam motivadas para trabalhar? (Continua)
Gervásio Antônio Consolaro, diretor da AFRESP, ex-delegado regional tributário, auditor fiscal da receita estadual aposentado, formado em administração, ciências contábeis e bacharel em Direito.
Nenhum comentário:
Postar um comentário