Precisamos ampliar as entradas do cérebro para não ficarmos limitados como seres de pedra! |
Quando falamos em informação se pensa em notícias, conhecimento e atualização, mas não precisa ser assim, é muito mais simples: informação é igual sensação! Tudo que chega no cérebro. Tudo, tudo e tudo vem pelos forames e nervos interligados a receptores distribuídos no corpo. Todas as informações que chegam no cérebro são sensações captadas por estes receptores ou “órgãos dos sentidos”: visão, audição, olfato, paladar e tato.
1. O cheiro é captado no nariz, na parte mais superior da cavidade nasal, onde neurônios ultraespeciais captam as substâncias químicas voláteis.
2. A visão se faz pela luz nos olhos que captam as formas e cores.
3. Os sons são captados com microossos no ouvido que tocam o tímpano para que possamos captar ondas sonoras magníficas.
4. Na língua, os milhares de botões gustativos nos revelam o doce, azedo, salgado e muitas outras combinações.
5. O tato é captado nos
milhares de receptores distribuídos na pele e mucosas para interagirmos e
deliciarmos com as texturas das superfícies dos materiais e animais.
A mídia quer o cheiro, sabor e tato nas
telinhas de celulares, computadores e televisões. As pesquisas de vanguarda
buscam que não só vejamos e escutemos, mas que também cheiremos o que se passa
nas imagens e sons! Depois virão a textura e o sabor nas telas: - será demais!
ASSUSTADOR
Três séculos antes de Cristo, viveu na
Grécia um dos pilares do pensamento ocidental representado por Aristóteles.
Naquela época, ele já ensinava que “tudo que temos no cérebro, passou antes
pelos órgãos dos sentidos”.
Tem pessoas que para aprender tem que ler
muitas vezes o mesmo livro, escutar e ver o mesmo vídeo, ou reescrever as
mesmas fórmulas e raciocínios. São pessoas que sofrem para aprender! Na hora de
aplicar o conhecimento ou ser avaliado, ainda que tenha estudado muito, atinge
a média com muito sacrifício. Outras assistem as aulas e vídeos, leem
rapidamente o livro ou usa uma única vez a fórmula e chega na hora de aplicar e
ou ser avaliado, recorda com facilidade e sem sofrimento.
Se compararmos os estilos de vida,
captaremos a razão disto acontecer. A pessoa que tem facilidade de aprender,
gosta de um teatro, livros não técnicos, folclore, cinema, exposições, museus,
boa música, poesia, pinturas, dança e reuniões em que o que faz não é só beber
e comer! Ela faz passeios, aprecia o céu, o pôr do sol e a natureza. Isto
amplia as “portas” do cérebro ou os órgãos do sentido!
Enquanto isto, quem tem dificuldade em
aprender não se abre para a cultura e arte, não vai ao teatro, cinema e
exposições. Para ela, poesias, músicas boas e fotografar são coisas chatas.
Essas pessoas gostam de beber, xingar, gritar, falar palavrão, dirigir como
loucos e só conversar da vida alheia. Isto diminui cada vez mais as “portas” do
cérebro.
TESTE FINAL
Uma autoavaliação fictícia: Há quanto tempo
não vai ao teatro? Quando leu um livro não técnico? Qual a última exposição
artística e cultural que frequentou? Qual a última poesia lida, escutada ou
escrita? Qual a última vez que parou e meditou sobre a mensagem de uma música
ouvida não como barulho ambiental? Qual foi a última reunião cultural tipo
sarau que frequentaste? Qual a última escultura ou pintura que admiraste depois
de ver os mínimos detalhes? E hoje, quase tudo se pode fazer pela internet.
Se para a maioria destes itens, sua
resposta for maior que seis meses, devemos nos preocupar: podes estar virando
pedra! Quanto mais você treinar os órgãos dos sentidos, mas inteligente você
fica. E só tem um jeito de ampliar as portas do cérebro: treinando a
sensibilidade e, a academia desta sensibilidade, está na arte e ciência.
Não é atoa que ao longo de toda a história mundial, em todos os tempos, os primeiros e principais alvos dos ditadores são sempre a cultura e a ciência, pois eles odeiam gente inteligente e independente!
Professor Titular da USP
FOB de Bauru
consolaro@uol.com.br
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