AGENDA CULTURAL

7.8.22

Viver com ousadia - Gervásio Antônio Consolaro

     

  "Não é o crítico que importa, nem aquele que aponta onde foi que o homem tropeçou ou como o autor das façanhas poderia ter feito melhor. O crédito pertence ao homem que está por dentro inteiro na arena da vida, cujo rosto está manchado de poeira, suor e sangue; que luta bravamente; que erra, que decepciona, porque não há esforço sem erros e decepções; mas que na verdade, se empenha em seus feitos; que conhece o entusiasmo, as grandes paixões; que se entrega a uma causa digna; que, na melhor das hipóteses, conhece no final o triunfo da grande conquista e que, na pior, se fracassar, ao menos fracassa ousando grandemente."  Theodore Roosevelt em discurso na Sorbonne

      Na verdade, o ex-presidente norte-americano está tratando da vulnerabilidade que vive o ser humano porque vulnerabilidade não é conhecer vitória ou derrota; é compreender as necessidades humanas, é se envolver, se entregar por inteiro.

     Vulnerabilidade não é fraqueza; e a incerteza, os riscos e a exposição emocional que enfrentamos todos os dias não são opcionais. Nossa única escolha tem a ver  com o compromisso. A vontade de assumir os riscos e de se comprometer com a nossa vulnerabilidade determina o alcance de nossa coragem e a clareza de nosso propósito. Por outro lado, o nível em que nos protegemos de ficar vulneráveis é uma medida de nosso medo e de nosso isolamento em relação à vida.

     Quando passamos uma existência inteira esperando até nos tornarmos à prova de bala ou perfeitos para entrar no jogo, para entrar na arena da vida, sacrificamos relacionamentos e oportunidades que podem ser irrecuperáveis, desperdiçamos nosso tempo precioso e viramos as costas para os nossos talentos, aquelas contribuições exclusivas que somente nós mesmos podemos dar.

     Ser “perfeito” e “à prova de bala” são conceitos bastante sedutores, mas que não existem na realidade humana. Devemos respirar fundo  e entrar na arena qualquer que seja ela: um novo relacionamento, um encontro importante, uma conversa difícil em família ou uma contribuição criativa. Em vez de nos sentarmos à beira do caminho e vivermos de julgamentos e críticas, nós devemos ousar aparecer e deixar quem nos vejam. Isso é vulnerabilidade. Isso é a coragem de ser imperfeito.  Isso é viver com ousadia.

       Os dez sinais de uma vida abundante, que indicam o que uma pessoa plena se esforça para cultivar e do que ela luta para se libertar.

1 - Cultiva a autenticidade, se liberta do que os outros pensam.

2 - Cultiva a autocompaixão; se liberta do perfeccionismo.

3- Cultiva um espírito flexível; se liberta da monotonia e da impotência. 

4- Cultiva a gratidão e alegria; se liberta do sentimento de escassez e do medo do desconhecido. 

5 – Cultiva intuição e fé; se liberta da necessidade de certezas. 

6 – Cultiva a criatividade, se liberta da comparação. 

7- Cultiva o lazer e o descanso; se liberta da exaustão como símbolo de status e da produtividade como fator de autoestima. 

8 – Cultiva a calma e a tranquilidade, se liberta da ansiedade. 

9 – Cultiva tarefas relevantes; se liberta de dúvidas e suposições. 

10 – Cultiva risadas, música e dança; se liberta da indiferença e de “estar sempre no controle”.  

(Resenha de capítulo do livro da escritora  Brené Brown.)  

Gervásio Antônio Consolaro, diretor da AFRESP, ex-delegado regional tributário, auditor fiscal da receita estadual aposentado, formado em administração, ciências contábeis e bacharel em Direito.                      g.consolaro@yahoo.com.br 

   

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