Questionar sempre e ouvir muito |
1. Qual o prazer em saber aquele assunto; 2. Qual a facilidade que dará no dia a dia da vida!
Se conseguir, todos irão com o professor, mas se não, a aula ou o papo, já era! Se for venda, é melhor tentar em outro momento!
Assim ensinou Piaget. A grande maioria das
pessoas em suas abordagens não adotam o princípio que se está falando ou
fazendo para o outro e não para si mesmo. Elas não estão preocupadas com o
interlocutor, só falam para si mesmo! Este é o caminho do fracasso como
professor, palestrante, vendedor, político, parceiro e outras formas de comunicações.
A assinatura do diploma ninguém se lembra
de quem, mas se perguntar qual foi o melhor professor lembra-se na hora e quase
sempre com alguns adjetivos de maluco, anormal, diferente, incrível e especial.
Se lembram daquela aula sem projeção, apenas com ideias e argumentos a partir
de um raciocínio, pensamento ou técnica. As aulas marcantes desses professores
seguiam os “princípios dos primeiros momentos”.
AULA?
Aula é todo espaço e tempo dedicado a ensinar, aprender e reaprender. É o momento que o professor apresenta um pensamento, informação ou técnica e induz o questionamento sob os mais variados aspectos como:
1. Por que isto existe ou foi criado;
2. Qual foi a forma que se chegou até este pensamento, 3. Existe outras formas ou técnicas parecidas;
4. Quais as implicações teóricas e práticas deste conhecimento;
4. Como se treinar
ou pensar sobre o assunto?
Professor é um entusiasmado indutor de
questionamentos e não um repassador de informações prontas! Na aula, o
professor faz uma imersão em sua mente, fazendo a plateia viajar pelas palavras
e pensamentos! Que delícia!
E as informações como vou repassá-las?
Estão nos livros e nos computadores disponíveis na escola, nos celulares e em
casa. O bom professor não entrega o conhecimento pronto sem antes induzir e
questionar como chegar lá. O bom professor ressalta a importância sem
necessariamente mostrar como, afinal o passo a passo está no livro, manual ou
computador. O monitor ou tutor também acompanha esta fase, quase que pegando na
mão do aluno.
AS FERRAMENTAS
As ferramentas do professor são o
pensamento, o raciocínio, o entusiasmo, a alegria e a vontade que o outro
cresça a partir de si mesmo! Tudo isto é carregado de sentimentos. A lousa
eletrônica, projeção de imagens, apps, realidade aumentada ou biblioteca não
substitui esta magia de “ensinar, aprender e desaprender”. Uma aula requer
muito investimento intelectual, entusiasmo com o que faz e, especialmente,
muito planejamento. A tecnologia até pode ajudar, mas jamais substituirá o
professor pleno e devidamente preparado!
Todo este processo se chama Didática, uma
área da Pedagogia que pesquisa, estuda, desenvolve e prepara um ser humano para
ser professor no sentido exato da palavra: um formador de gente pensante,
questionadora, crítica e criativa, enfim um cidadão completo na acepção da
palavra. E tem gente que não consegue entender isto e nem requerem isto para
seus filhos, gostam mesmo é de “influencers”.
REFLEXÃO FINAL
Já pensou formar bons professores e recompensá-los como uma das prioridades nacionais, estaduais e municipais? Reflita sobre isto. Em época eleitoral é hora de escolhermos muito bem quem vai estabelecer estas prioridades com o dinheiro arrecadado! Investir em educação não é só escola bonita e cheia de computadores com internet. É principalmente ter professores muito bem-preparados e recompensados por esta atividade única na época que vivemos!
Professor Titular da USP
FOB de Bauru
consolaro@uol.com.br
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