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Cavalo de Troia é uma estratégia muito usada na medicina e nas relações empresariais e políticas: cuidado! (Giovanni Domenico Tiepolo) |
1.Vírus é tão pequeno que entra e vive apenas dentro de nossas células que são enormes para eles!
2.Cada
tipo de vírus tem afinidade apenas por um tipo de células no corpo. Estas
células podem ser escolhidas em laboratórios, sugerindo-se ao vírus que só
entrem nesse tipo e que pode ser as células de um câncer.
3.Como
não têm ferramentas e maquinaria próprias, os vírus entram no centro de comando
das células, no seu núcleo, e comanda tudo para se beneficiar. A célula em
geral perde autonomia e pode morrer por esgotamento.
4.Se
colocarmos mensagens escritas nos vírus, a hora que entram nas células estas
mensagens são liberadas e isto pode ser uma estratégia que podemos usar para
matar estas células induzindo nelas o chamado suicídio celular, também
conhecido como apoptose.
5.Todas
as células têm o gene p53 da apoptose que fica reprimido ou inibido, mas depois
de um certo tempo todas as células acabam liberando-o. Ele determina o tempo de
vida de uma célula. Quando isto acontece a célula morre sem escândalos clínicos
como a inflamação e resposta imunológica.
6.A
apoptose ou morte celular geneticamente controlada é uma forma do corpo
controlar a população celular tanto em quantidade, quanto em qualidade.
7.Quando
uma célula fica estranha e atípica ou bizarra, o gene p53 é ativado e a célula
entra em suicídio para que não prolifere e forme um clone estranho e maligno.
8.Alguns
vírus podem ficar mais fracos no laboratório e aproveita-se para colocar
mensagens como uma dizendo bioquimicamente assim: “libere o p53”. Quando chegar
dentro das células cancerosas, o vírus induz a apoptose ou o suicídio!
CIÊNCIA PURA
Pesquisadores britânicos controlaram e
atenuaram o vírus do herpes simples labial deixando-o o muito fraquinho.
Colocaram nele a mensagem para que, quando chegasse a uma célula cancerosa,
entrasse e liberassem o suicídio celular ou que acontecesse a apoptose.
Isso mataria as células cancerosas e os
seus fragmentos estimularia uma resposta imunológica contra aquelas que ainda
estivessem vivas. Isto aconteceu em uma parte considerável dos doentes: o
câncer desapareceu em três de cada nove pacientes. Em outros pacientes, o câncer
diminui muito de tamanho. Foram testados vários tipos de câncer, inclusive
câncer de glândulas salivares. Os pacientes tomaram injeções a cada duas
semanas por 5 vezes e eram aplicadas diretamente no tumor.
Esse trabalho inicial e promissor foi
apresentado em uma conferência médica em Paris e foram considerados promissores
pelos cientistas britânicos liderados por Kevin Harrignton. Ele destaca que
esta ideia não é nova, tem mais de 100 anos, mas agora ficaram encorajados
pelos crescentes conhecimentos sobre os vírus. O conhecimento vai se acumulando
e permitindo avanços no tempo. Não é a novidade que faz avançar, é a solidez da
sabedoria acumulada que alavanca o progresso da humanidade. E sempre foi assim
e continua!
REFLEXÃO FINAL
Os vírus quando entram nas células superbem organizadas atuam como o enorme cavalo de madeira que os gregos deram para os troianos de presente. Uma vez dentro da cidade e já com as muralhas ultrapassadas, se viu que o presente estava carregado de soldados e armas que arrasaram com Tróia. Vale a pena ler sobre o assunto e assistir ao filme Troia com Brad Pitt, uma aula sobre estratégia e entender um pouco mais o significado da expressão: Isso é um presente de grego!
Professor Titular da USP
FOB de Bauru
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