AGENDA CULTURAL

10.9.22

Inteligência - Gervásio Antônio Consolaro


      Há diversos tipos de inteligência. Raramente uma pessoa é desprovida de inteligência. Existem inteligências peculiares. Como a de um rapaz Pedro com 30 anos, formado em Direito e que, há um ano, estava em plena ascensão profissional. Foi nessa época também que se separou da namorada. O término da relação, seguido de grande tristeza, o paralisou e ele perdeu o trabalho pouco tempo depois do rompimento.

      Ele sabia que precisava sair daquele poço em que se encontrava e também sabia o que deveria, pelo menos, começar a fazer. Entretanto, foi como se a vida tivesse parado por Pedro. Entrou em depressão profunda e seus parentes se viram na obrigação de intervir para ajudá-lo. O rapaz tinha pouquíssimo ânimo para realizar qualquer coisa.

     Pedro depositou sua felicidade, e talvez a sua vida, nas mãos de sua ex- namorada, mas não conseguia sair disso…

     Pedro “sabia” disso, porém apenas com sua cabeça. Assim como muitos de nós sabemos de cor tudo aquilo que precisamos fazer para ter a vida com que sonhamos. No entanto, é preciso ter consciência de que fazer mudanças, ir de fato para a ação – com as tentativas e erros, mas sempre buscando o melhor jeito de se movimentar – vai além de nosso conhecimento intelectual.  

     Mudar o comportamento envolve nossas múltiplas inteligências e a integração entre elas. Não apenas nosso intelecto ( a inteligência que costumamos treinar mais). Envolve nossas emoções, nosso corpo – a forma de nos expressarmos -, e envolve nossa sabedoria interior, que muitos chamam de intuição ou espiritualidade.

      A história de Pedro faz muito sentido neste momento porque sabemos o quanto a perda de um amor abala as pessoas. Entretanto, não só. Sabe  quais são as duas coisas que mais deixam as pessoas infelizes na vida? A perda de um amor (não por morte – pé na bunda mesmo!) e a de um emprego.

     São experiências que podem gerar uma profunda dor. A perda pela morte traz dor também, mas não provoca culpa. Quando a pessoa perde o emprego ou a pessoa amada, ela se culpa e se questiona: “O que foi que eu fiz? Culpa o outro ou a si própria. Pensa sobre tudo que poderia ter feito para aquela circunstância não ter se dado. Sente uma sensação enorme de fracasso. 

     Não é  necessário experienciar uma grande dor para pensar em situações da vida em que você gostaria de ter feito diferente e não conseguiu. E em quantas sabia o que deveria ter feito e não realizou.

     Veja se isso acontece com você: “O que penso não é o que sinto. O que sinto não é o que quero. O que quero não é o que faço. E o que  faço não me satisfaz”.

     Pareceu-lhe familiar? Vive mais ou menos isso? Muito provavelmente, em maior ou menor grau sim, é o que a maioria das pessoas vive.

     Esse descompasso mostra que há uma desconexão entre nossas inteligências. Faltou integração entre pensar, sentir, expressar e agir. Somos um conjunto de inteligências e nossos melhores resultados são obtidos quando elas estão conectadas.

     A informação de que a felicidade começa dentro de nós, na verdade, não é um conceito novo. Todavia, sabemos disso apenas com o intelecto. A felicidade perpassa por ele, sim, e também pela nossa inteligência emocional. Contudo, como é a parte emocional que não quer sofrer.....Daí o porque de termos tantos descompassos.

      Chegamos a um ponto superimportante de preparação de nossa viagem. Durante o percurso, você trabalhará com suas inteligências. Despertará o olhar, a atenção e as novas formas para integrá-las. Antes, porém, precisa conhecer mais sobre elas e entender por que, em geral, estão desconexas.       

(Resenha de capítulo e comentários. Livro Mapa da Felicidade, Heloisa Capelas.) 

Gervásio Antônio Consolaro, diretor da AFRESP, ex-delegado regional tributário, auditor fiscal da receita estadual aposentado, formado em administração, ciências contábeis e bacharel em Direito.                      g.consolaro@yahoo.com.br 

Um comentário:

Anônimo disse...

Falou as verdades da vida.