Ele sabia que precisava sair daquele poço em que se encontrava e também
sabia o que deveria, pelo menos, começar a fazer. Entretanto, foi como se a
vida tivesse parado por Pedro. Entrou em depressão profunda e seus parentes se
viram na obrigação de intervir para ajudá-lo. O rapaz tinha pouquíssimo ânimo
para realizar qualquer coisa.
Pedro depositou sua felicidade, e talvez a sua vida, nas mãos de sua ex-
namorada, mas não conseguia sair disso…
Pedro “sabia” disso, porém apenas com sua cabeça. Assim como muitos de
nós sabemos de cor tudo aquilo que precisamos fazer para ter a vida com que
sonhamos. No entanto, é preciso ter consciência de que fazer mudanças, ir de fato
para a ação – com as tentativas e erros, mas sempre buscando o melhor jeito de
se movimentar – vai além de nosso conhecimento intelectual.
Mudar o comportamento envolve nossas múltiplas inteligências e a
integração entre elas. Não apenas nosso intelecto ( a inteligência que
costumamos treinar mais). Envolve nossas emoções, nosso corpo – a forma de nos
expressarmos -, e envolve nossa sabedoria interior, que muitos chamam de
intuição ou espiritualidade.
A história de Pedro faz muito sentido neste momento porque sabemos o
quanto a perda de um amor abala as pessoas. Entretanto, não só. Sabe quais são as duas coisas que mais deixam as
pessoas infelizes na vida? A perda de um amor (não por morte – pé na bunda
mesmo!) e a de um emprego.
São experiências que podem gerar uma profunda dor. A perda pela morte
traz dor também, mas não provoca culpa. Quando a pessoa perde o emprego ou a
pessoa amada, ela se culpa e se questiona: “O que foi que eu fiz? Culpa o outro
ou a si própria. Pensa sobre tudo que poderia ter feito para aquela
circunstância não ter se dado. Sente uma sensação enorme de fracasso.
Não é necessário experienciar uma
grande dor para pensar em situações da vida em que você gostaria de ter feito
diferente e não conseguiu. E em quantas sabia o que deveria ter feito e não
realizou.
Veja se isso acontece com você: “O que penso não é o que sinto. O que
sinto não é o que quero. O que quero não é o que faço. E o que faço não me satisfaz”.
Pareceu-lhe familiar? Vive mais ou menos isso? Muito provavelmente, em
maior ou menor grau sim, é o que a maioria das pessoas vive.
Esse descompasso mostra que há uma desconexão entre nossas
inteligências. Faltou integração entre pensar, sentir, expressar e agir. Somos
um conjunto de inteligências e nossos melhores resultados são obtidos quando
elas estão conectadas.
A informação de que a felicidade começa dentro de nós, na verdade, não é
um conceito novo. Todavia, sabemos disso apenas com o intelecto. A felicidade
perpassa por ele, sim, e também pela nossa inteligência emocional. Contudo,
como é a parte emocional que não quer sofrer.....Daí o porque de termos tantos
descompassos.
Chegamos a um ponto superimportante de preparação de nossa viagem. Durante o percurso, você trabalhará com suas inteligências. Despertará o olhar, a atenção e as novas formas para integrá-las. Antes, porém, precisa conhecer mais sobre elas e entender por que, em geral, estão desconexas.
(Resenha de capítulo e comentários. Livro Mapa da Felicidade, Heloisa Capelas.)
Gervásio Antônio Consolaro, diretor da AFRESP, ex-delegado regional tributário, auditor fiscal da receita estadual aposentado, formado em administração, ciências contábeis e bacharel em Direito.
Um comentário:
Falou as verdades da vida.
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