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Fonte: Espaço Viva Bem |
A questão é como vamos reagir frente a essas pedras. Sentir-nos tristes
ou desapontados em meio de uma crise é normal, porém, a tolerância zero com o
erro ou a decepção não é.
Pense por um momento em uma frustração que tenha vivido: econômica,
espiritual, afetiva ou emocional. Algo que queria alcançar, mas não conseguiu,
um sonho que não conseguiu abraçar. Lembre-se do que sentiu naquela situação.
Querer realizar um sonho é parte da natureza humana, portanto, quando não podemos
alcançá-lo, nos frustramos e imediatamente reagimos de duas maneiras
diferentes:
É
melhor fracassar por ter feito algo do que frustrar-se por não ter tentado.—
Autor desconhecido
• Raiva. A raiva faz você gritar, bater,
insultar ou mesmo matar. Essa raiva, muitas vezes, é com você mesmo: “Como fui
tolo! Como não percebi antes?”.
• Tristeza. Aparece quando a pessoa sente
melancolia, conformismo e diz: “Bom, é isso mesmo” ou “O que mais posso
fazer?!”. Aí começa na sua vida um processo de isolamento e introversão.
Você pode ficar bravo, chorar, ofuscar-se, amargar-se, encher-se de
raiva, dizer: “Tudo acontece comigo”. Pode chutar, chorar ou até andar sobre as
pedras e finalmente chegar ao destino que tinha se proposto.
É
muito frequente que a pessoa que comete um erro se condene duramente, pense que
ela mesma é um erro quando, na realidade, só cometeu um equívoco, e isso não
tem nada a ver com o que ela é. Há outros que, ao não terem alcançado o
objetivo no tempo em que tinha sido proposto, imediatamente ficam bravos e
renunciam ao projeto
Hoje as pessoas têm tolerância zero a tudo: ao erro, ao fracasso, ao
“não” dos outros, e reagem se decepcionando, e com isso ativam uma insegurança
ainda maior na área dos afetos. Alguns, por medo de serem machucados ou de
continuarem sentindo-se decepcionados, preferem responder com ira. Se olhar nos
olhos deles, dizem: “O que está olhando, o que foi?”.
Todos nossos sonhos podem se converter em
realidade se tivermos a coragem de lutar por eles.— Walt Disney
O fato é que, quando não há tolerância à frustração — ou seja, não há
força interna —, não haverá tolerância à crise que deve ser superada, seja qual
for o conflito. Devemos crescer em meio à dor e à frustração.
Quando uma pessoa se pergunta: “Por que isso aconteceu comigo?”, ninguém
poderá dar uma resposta. A dor existe para ser liberada, expressada.
Quando existe uma emoção forte como a raiva, a tristeza, o medo, devemos
esperar que passe; não tomar decisões, não fazer, nem falar nada, porque,
quando estivermos tristes, por exemplo, falaremos de tristeza.
Todas as emoções são passageiras e não podem ser controladas pela
vontade, porque foram criadas para serem sentidas.
Superada a frustração, deixaremos de nos preocupar por coisas sem valor,
sem importância, e começaremos a investir nos fatos profundos e importantes da
vida.
Não podemos solucionar o que aconteceu, mas sim fazer com que aconteçam
coisas novas. Agarremos o nosso sonho com as mãos e algo positivo ocorrerá.
Claro que encontraremos águas turvas, porém, elas não farão com que paremos de navegar. Uma vez que você tolerar a frustração, estará pronto para liberar todo seu potencial e, dessa posição, estará sendo treinado para vencer qualquer coisa impossível; a desculpa já não será parte do seu discurso.
Gervásio Antônio Consolaro, diretor da AFRESP, ex-delegado regional tributário, auditor fiscal da receita estadual aposentado, formado em administração, ciências contábeis e bacharel em Direito.
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