Existem muitas pesquisas que analisam por
que nossa mente divaga no exato momento em que estamos tentando nos concentrar.
Ela divaga muito mais quando:
• estamos estressados ou entediados;
•
estamos trabalhando em um ambiente caótico;
•
estamos lidando com certo número de preocupações pessoais e pensando nelas;
• estamos questionando se estamos
trabalhando na tarefa mais produtiva ou significativa;
•
temos espaço atencional não utilizado – quanto mais temos, mais propensos
estamos a episódios de divagação.
Também interfere muito na divagação os fatores
abaixo:
•
Estresse ou tédio: sentimos estresse quando as exigências de uma situação
excedem nossa capacidade de lidar com elas. Ao evitar a sobrecarga do espaço
atencional, podemos garantir que teremos os recursos necessários para lidar com
essas condições.
•
Trabalho em ambiente caótico: defino tédio como a inquietação que sentimos
quando transitamos de um estado de grande estímulo para um de menor estímulo.
Quando nos acostumamos a lidar com menos estímulos ao longo do tempo – ao
acionarmos nosso modo livre de distrações sempre que hiperfocamos e ao
trabalharmos com menos distrações em geral –, enfrentamos essa falta de
estímulo com menos frequência, vivenciamos o tédio mais raramente e tornamos
nosso ambiente menos caótico de forma natural.
•
Pensamento em preocupações pessoais: registrar os “circuitos abertos” da mente
– por meio de uma lista de tarefas, uma lista de espera ou mesmo uma lista de
preocupações – impede que itens não resolvidos pesem em nossa mente enquanto
tentamos nos concentrar. Isso nos ajuda a lidar melhor com ambientes caóticos e
deixar de lado as preocupações pessoais. Mudar de tarefa com menos frequência
também nos ajuda a pensar com mais clareza – carregamos assim menos resíduos
atencionais, que podem pesar em nosso espaço atencional limitado.
•
Questionamento sobre estarmos trabalhando na melhor coisa: trabalhar com
intenção é a melhor maneira de termos menos dúvidas sobre o que deveríamos ou
poderíamos estar fazendo em determinado momento. Esses sentimentos levam nossa
mente a divagar e se afastar daquilo em que estamos tentando focar.
•
Quantidade de espaço atencional não utilizado: por padrão, empregar o hiperfoco
para trabalhar em nossas tarefas mais complexas consome mais espaço atencional,
o que, por sua vez, impede a nossa mente de divagar. Quanto menor for o objeto
de atenção, mais provável será que a mente divague.
As táticas para aumentar o foco funcionam por alguns motivos específicos: enquanto todos eles permitem que você se concentre mais profundamente, também impedem que sua mente divague. Alguns outros fatores também levam sua mente a divagar, inclusive a quantidade de cansaço e de felicidade que você sente. (Seu nível de felicidade pode impactar sua atenção de maneiras muito curiosas.) Por ora, vamos mergulhar mais fundo no fator da mente divagadora, pessoalmente acho mais interessante: o espaço atencional que temos sobrando.
Gervásio Antônio Consolaro, diretor da AFRESP, ex-delegado regional tributário, auditor fiscal da receita estadual aposentado, formado em administração, ciências contábeis e bacharel em Direito.
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