*Hélio Consolaro é professor, jornalista e escritor. Araçatuba-SP
Voltar ao lugar onde passamos parte significativa da juventude sempre é emocionante. Vivi tais momentos em Penápolis-SP, dia 21 de junho de 2023: início do inverno e aniversário de Machado de Assis, participando de um sarau na fundação da Academia Penapolense de Letras. Sou acadêmico também na Penapoleia Desvairada (título de livro de João Luís dos Santos).
A divisão maior de minha vida está assim: antes e depois de Penápolis. Em Araçatuba, eu era um rapaz latino americano que queria vencer na vida dentro do próprio sistema. Em Penápolis, passei a ver o mundo diferente. Descobri que eu era pobre e alienado porque desejavam que eu fosse assim, para não perturbar a ordem e os bons costumes.
Aquela vida estudantil numa cidade de 60 mil habitantes já me era suficiente para imaginar o resto do mundo. Foi minha Pasárgada. Morei em república, e não tinha quem me controlasse, a não ser o delegado de polícia.
Destaco os professores: José Fulaneti de Nadai, Antônio Braga, Gilson Monteiro, Maria Cecília Matoso Ramos, Luís Basílio Rossi (todos em memória) e Anésia Vinci.
Depois de 54 anos passados, com o joelho bichado, dificuldade para trepar (em escadas, claro), volto a Penápolis para ser membro da APL, com a experiência de 30 anos da Academia Araçatubense de Letras.
Minha tarefa determinada pelo presidente da AAL, Carlos Eduardo Brefore Pinheiro, para aquela noite, foi entregar uma caixa de livros de escritores de Araçatuba para a afilhada APL iniciar a sua biblioteca.
Foi comigo o Tito Damazo, colega de classe na Funepe, 1969-72, Curso de Letras, e demais confrades da Academia Araçatubense de Letras: Marilurdes Campezi, Hosanah Spíndola. Encontrei lá o Ortiz (José Cláudio Ortiz), a Alda (Alda Maria Francisco Alves) colegas de turma na Funepe. Antigos jovenzinhos que viraram sorridentes velhinhos. Estava frio, mas a emoção nos esquentou.
Visão parcial da assembleia |
Também são acadêmicos: promotor público de Araçatuba (que já trabalhou em Penápolis), cronista Adelmo Pino; e o poeta, sonetista, o médico Smiley Castelo Branco. Participaram do evento Caroline Franciele, Antônio Reis e P.A.Lopes (poeta de Guraraps), membros do Grupo Experimental da AAL. E com as palmas da vereadora Jandineia Fernandes (PT)
Passei a conhecer de perto, lá mesmo, amizade à primeira vista: Roberto Rillo Bíscaro e José Carlos Tonchis. E muitos leitores do Blog do Consa no jornal Diário de Penápolis.
Diretoria executiva composta: presidente: João Luís dos Santos; vice-presidentes: Célia Catharina Módena Gonçalves e Norma Angélica de Castilho (Mia Koda); secretários: Marina Simão Marques e Ricardo Alves Carneiro; tesoureiros: Luiz Cláudio Tonchis e Odair Mauricio de Albuquerque.Com certeza, a iniciativa vai vicejar. Em terra onde Cora Coralina pisou (ela morou em Penápolis por alguns anos), a poesia brota farta.
FOTOS: ANTÔNIO REIS
3 comentários:
Que alegria ver a cultura vicejando!!! Parabéns Hélio pela vontade de participar e contribuir com o evoluir do pensamento humano !
Belas reminiscências em unicidade com o efluir de significativas disceminações da literatura na acolhedora Penápolis, cuja população pode, agora, orgulhar-se de contar com sua preclara Academia de Letras onde irão brotar escritos e glórias para a eternidade.
Parabéns à diretoria da nova entidade cultural e a todos que contribuíram para essa finalidade.
Parabéns a nova diretoria empossada. Que seja o início de uma nova etapa para o Penapolense, que terão em mãos a oportunidade literária onde os corações ressequidos encontrarão os regozijos almejados.
Postar um comentário