AGENDA CULTURAL

25.7.23

Edemur Casanova, artista penapolense

 

Capa do livro

Hélio Consolaro é professor, jornalista e escritor. Araçatuba-SP

Sempre sou procurado para escrever livro sobre a vida de alguém. Os argumentos são assim: "A pessoa foi muito boa, merece ser lembrada!" ou então é uma proposta narcisista: "Quero deixar a minha história para meus netos e demais descendentes. Eu dito e o senhor vai escrevendo..."  

Pela relação de meus livros publicados, o leitor já concluiu que nunca aceitei fazer tal trabalho. Há escritores especializados em biografia, nessa hora pode-se cobrar um bom dinheiro pela tarefa. São tão escritores quanto os outros, mas não faz o meu gênero. Eu gosto mesmo de homenagear amigos com crônicas. Em Araçatuba, há dois biógrafos: Arnon Gomes e o Marcelo Teixeira.

Outro dia, em conversa com a professora Tânia Sabino Damazo, perguntei: Cadê o Edemur Casanova? Seu colega de turma na Funepe?" (Penápolis, nos idos de 1969-72.) E ela me disse: "Tenho o livro que ele publicou". 

Com tendência às artes plásticas, Edemur acabou fazendo o curso de Desenho. E é um excelente artista.  Pá de cá, pá de lá, Tânia me emprestou o exemplar de "Pirâmides do tempo". Você, caro leitor, pode encontrá-lo em estantevirtual.com.br, foi publicado em 2009, 336 páginas, editora Pallotti. 

Pintura de Edemur Casanova

Edemur Casanova fora batizado com nome de artista, mas isso só não bastou, ele acreditou em todos os livros motivacionais dirigidos a quem tem um sonho e se jogou literalmente no mundo. 

Depois de formado, 1973, sem fazer nenhum estágio em capital brasileira, foi morar em Paris, queria fazer pós-graduação na Sorbone. Pulou direto da aldeia à metrópole estrangeira sem dominar o  idioma francês. Foi de mão abanando, sem lenço e sem documento, como canta Caetano Veloso. 

E conseguiu seus objetivos. Conforme o contado por ele no livro, comeu o que o diabo amassou com o rabo, mas foi vitorioso. Atualmente é professor titular da Universidade Federal de Santa Maria.

Escreveu o livro "Pirâmides do tempo" para contar ao mundo a sua façanha, que ninguém desafie Edemur Casanova, porque ele é um vencedor. 

O professor e ex-diretor do Centro de Artes e Letras, Edemur Casanova, realiza dia 21 próximo a abertura de sua exposição Arte-Erotismo-Tecnologia. A mostra, que ocorre até o dia 27 de setembro, traz telas e esculturas de suas produções mais recentes. Na oportunidade, Casanova autografa o livro Pirâmides do Tempo, de sua autoria.

Depois de realizar o sonho, conheceu todas as paragens do planeta. Até as pirâmides do Egito. E contou todas as viagens no livro, por isso a apresentadora da obra na quarta capa, Ceres Helena Ziegler Bebilaqua, chamou-o de relato de viagens, enriquecido pelo olhar do artista com sua maneira de ver o mundo. "Pirâmides do tempo" é quase um álbum de fotos de belíssimos lugares visitados por Edemur, não deixou um museu para trás.

Em 1976, terminado o mestrado, Edemur Casanova visitou Penápolis. E ele escreveu sobre a sua expectativa da sua chegada a Penápolis, que é uma descrição de seu antigo perfil: "Mas onde estaria aquele jovem de cabelos cumpridos, cheio de colares, calça boca de sino, pulseiras? Onde estaria aquele adolescente que tinha deixado o interior de São Paulo?" Na mesma página 67, ele responde às perguntas com a descrição de como estava o seu perfil na visita. Era outro Edemur.     

O penapolense Edemur Casanova se tornou ilustre. Realizou muitas exposições de sua arte pelo mundo, inclusive em Paris. A força da resiliência aparece em toda a sua narrativa. Mais uma estrela de Penápolis que brilha no mundo da cultura.  

Visite:

http://ateliecasanovaufsm.blogspot.com

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