Considerados gênios, todos chegaram à quase perfeição, graças ao treinamento de 10 mil horas antes de alcançarem o sucesso e reconhecimento |
Para ter conhecimento e sabedoria se requer reflexão e dedicação extrema com organização no pensar e fazer. Enquanto informação é passiva, o conhecimento é ativo, pois depende de interpretação e reflexão. Sem trabalho interpretativo, nada se aproveita para construir uma sabedoria.
Sócrates dizia que uma vida sem reflexões, não merece ser
vivida. Para uma aula ser otimizada, depois dela precisa-se aquietar, relaxar,
ler e interpretar serenamente para a sabedoria impregnar. Uma escola de
vanguarda oferece isto após a aula.
DOM NÃO EXISTE
- Ele tem o dom! Quem diz isto não sabe o trabalho que deu.
O grau de satisfação pessoal tem a ver com sucesso que está atrelado a
dedicação, treinamento, abdicação e trabalho.
- Você nasceu para ser feliz! Isto é meia verdade. Melhor
dizer: - Você nasceu para ser feliz, mas vai ter que dar uma raladinha antes,
como trabalhar, investir, treinar e planejar. Sucesso antes de trabalho, só no
dicionário, afinal o S vem antes do T.
Deus não seria injusto com os humanos dando para uns sorte
ou azar, talento ou limitação, habilidades ou descoordenação. Imagine no céu,
na fila de almas a descer para a Terra, os designados por Deus dizendo: você
vai tocar piano, você vai ser escultor, você será lixeiro, o outro atrás será
garçom e assim vai!
Nascemos com todas as possibilidades e nos cabe explorá-las,
mas isto requer muito treinamento. Malcolm Gladwell, no livro Fora de Série ou
“Outliers”, da editora Sextante, desenvolveu a teoria das 10 mil horas, para a
qual ninguém é virtuose musical, gênio esportivo e intelectual autêntico sem
treinamento acima destes limites. Ele analisou gênios da música, artes e
esportes, e todos, antes do sucesso treinaram muito mais do que isto.
Usar o termo “dom” é aceitar o termo sorte, acaso ou
coincidência. Ninguém acha o sucesso, ele é construído. O dom é dádiva divina
para todos, cabe nos explorar as habilidades estimuladas de acordo com o meio
onde se nasce e vive. O ambiente familiar, as conversas, objetos, amigos e os
locais em que frequentam estimula muito cedo as aptidões para as diversas
atividades.
Pesquisas com cérebros dos gênios, inclusive de Einstein,
revelam não ser possível diferenciar ou encontrar áreas de brilhantismo. Para o
estudioso do assunto Brian D. Burrell, na vida de todos os gênios se resgata
sempre uma vida de contemplação, estudo, curiosidade, colaboração e acima de
tudo, muita dedicação e trabalho duro. Se não for assim, um dia a casa cai,
pois foi construída sem alicerces adequados. Eu já vi muitos caírem!
A vida tem percalços e nem todos conseguem o que se chama de
sucesso. Os que não tem, se acham injustiçados, arranjam desculpas para o ego e
espelho e com frequência dizem: não tenho o dom para isto! Nasci sem talento
para as artes! Eu não tive sorte na vida! Tudo que faço dá errado! E quase
sempre colocam a culpa na família, cônjuge e filhos.
RECEITA COMPLETA
Não se deixem enganar, um vencedor tem 10 mil horas de
treinamento no mínimo, mas só o trabalho não resolve, precisamos da confluência
de fatores como:
1. Habilidade,
inteligência e cultura.
2. Trabalho e
treinamento.
3. Persistência
e tenacidade, mesmo na adversidade.
4. Apoio
familiar, amigos, instituição ou clube.
5. Habilidade
social para detectar e aproveitar as circunstâncias favoráveis.
6. Sorte:
será sempre necessária, mas sozinha não surtirá efeito.
Bill Gates fez milhares de programas dos 13 aos 20 anos até
criar a Microsoft. Pelé treinava muito mais que os outros desde menino e o pai,
foi tenaz. Einstein dos 16 a 26 anos estudou a luz como um maluco. Os Beatles
fizeram 1200 apresentações entre 1957 e 64 antes do sucesso. Madonna dança 8
horas todos os dias, Ivete Sangalo também. Depois de muito treinamento e
trabalho. Mozart fez sua primeira obra prima aos 21 anos.
REFLEXÃO FINAL
O sucesso faz o vencedor renovar-se sempre, inclusive em suas circunstâncias e apoios. O vencedor sabe humildemente que o segredo é desaprender e reaprender todos os dias, nada vem por acaso.
Professor Titular da USP
FOB de Bauru
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