Durante a minha vida, tive dois sonhos de viagem ao exterior: Itália, para conhecer meus ancestrais, feita em 2013. Completei 65 anos comendo pizza com birra (cerveja) no calçadão de Milão; agora, Portugal, por ser nosso país colonizador e eu um professor do idioma. Comi muito bacalhau.
O euro foi a minha dificuldade. Ter a moeda de um país como referência ao mundo é uma forma de dominação. O real (nossa moeda) é desvalorizada para facilitar a exportação de produtos brasileiros. Enquanto o euro e o dólar são valorizados para que faturem alto na exportação de seus países.
Na época de FHC, o Brasil não suportou um real valer um dólar, porque as exportações brasileiras ficaram caras, perdíamos na concorrência com outros países. Daí o objetivo do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul) é retirar o dólar como referência. Toda vez que os Estados Unidos aumentam suas dívidas, pagam-nas com a subida do dólar, ou seja, põe o resto do mundo em sofrimento.
BARRADOS NO BAILE.
![]() |
Livraria Bertrand - Lisboa |
Exemplo de resistência do livro de papel. Se essa visita
tivesse acontecido há anos, eu estaria com o coração aos pulos. Hoje adentro o
local como se estivesse visitando um museu. Comprar em € não é bom negócio,
aqui na Europa, tudo é caro. É a última facada dada pelo primeiro mundo,
arrogante, no terceiro, torcendo o chapéu na mão.
Fátima disse que era melhor comprar em sebo no Brasil ou
pela internet. Ou ir a uma biblioteca pública pedir um livro emprestado. Não
foi uma visita agradável. Saímos de mãos vazias, com sensação de que havíamos
sido barrados no baile.
QUANDO O POETA VIRA UMA ESTÁTUA
![]() |
Estátua de Fernando Pessoa e Hélio Consolaro |
Nessa ocasião, que um poeta vira estátua, ele vira nada. Aí vem outro poeta folgazão e tira foto ao lado como se fosse uma consagração. Assim ocorreu com Fernando Pessoa em Lisboa. Aliás, na capital portuguesa, tão bela, não há nada por fazer, tudo está consagrado e consolidado.
AVOZINHO PORTUGAL
O poeta Manuel Bandeira escreveu um poema “Portugal, meu
avozinho”, que foi musicado por Ary Barroso, eis uma das estrofes:
Tu de um lado, e do outro lado
Nós... No meio o mar profundo...
Mas, por mais fundo que seja,
Somos os dois de um só mundo
O poeta brasileiro foi bastante carinhoso com os
portugueses no poema. Uma homenagem.
Quer viajar ao exterior, sem aquela sensação de ter saído
do Brasil, vá até Portugal. O idioma é quase o mesmo. Lá você vai se
encontrar com Pedro Álvares Cabral e Dom Pedro I nas ruas. Só não vai topar
com Tiradentes, enforcado por D. Maria I, a Louca. O cara que queria
independência do Brasil sem acordos, na marra.
Os portugueses não são tão caridosos como nós,
brasileiros, pois a velhice e a deficiência física não têm tratamento especial,
entram na generalidade dos direitos humanos. Privilégio na fila, nem pensar.
Rampa em todos os lugares, inimaginável.
Basta ler a história de um país que foi colônia de
Portugal, saberá como eram rudes e cruéis a elite lusitana.
FÁTIMA E APARECIDA
Como minha linda se chama Maria de Fátima, que quase morreu no parto, e foi salva por uma promessa da avó à santa, chegando a Portugal, fomos até o santuário rezar o terço, acender velas num domingo,20/10/2024.
O santuário de Aparecida (século 18), no Brasil, é bem
mais suntuoso, monumental. As ações dos peregrinos de Fátima (século 20) são
acender velas e rezar o terço. Não encontrei a sala dos milagres, com muletas
abandonadas, mas “Sala das Promessas”.
Nosso povo, principalmente os católicos, procuram a cura nos milagres dos santos e na figura da mãe de Jesus Cristo. Eles são o plano de saúde dos pobres.
Nenhum comentário:
Postar um comentário