AGENDA CULTURAL

2.10.24

Plano de governo e Gestores da Paz


Hélio Consolaro é professor, jornalista e escritor. Araçatuba-SP 

Nunca se falou tanto nesses dias de campanha eleitoral de 2024 em "plano de governo". Tanto nos comitês como nos debates e entrevistas. É bom dizer que vereador não governa, apenas discute, por isso pode ter um plano de ação parlamentar. Não é uma exigência.

Ao registrar o candidato a prefeito junto à justiça eleitoral, o partido ou a federação precisa entregar o seu plano de governo por escrito. Pode ser simples, mas o registro da candidatura só se concretiza com ele.

Há alguns anos, quando começou a ser exigido, o plano era uma peça de ficção. Aquilo que não ia ser levado a sério: exigência burocrática. Parecia o antigo plano de ensino feito pelo professor para o ano letivo, era até copiado. 

Mas qual é a função de um plano de governo ou plano de ensino? Fazer o agente parar para pensar, refletir, organizar suas ações. Depois, o registro passa a ser uma peça de comunicação entre os envolvidos. 

O repórter antes da entrevista com o candidato pega uma cópia do plano de governo no fórum para organizar suas perguntas. Se o vice-prefeito assumir, vai dar continuidade ao governo olhando o plano do qual certamente participou na elaboração.

O diretor da escola e o supervisor de ensino vai saber se o professor está desenvolvendo o conteúdo programado, olhando no plano de ensino que ele entregou após a reunião pedagógica do início do ano. Assim, estabelece-se uma cadeia de cobrança.

Atualmente, ainda, o plano de governo entregue é uma lista de ações e obras a serem executadas, mas ele devia ser mais complexo, apresentando metas, tempo de execução e outros quesitos.

Um plano de governo bem feito, bem apresentado, revela o grau de compromisso que o candidato tem com seu município. Não se trata apenas de uma exigência burocrática.

DESCONHECIMENTO DA SOCIEDADE

Dia 01/10/2024, participei de uma reunião de candidatos a prefeito e vice de Araçatuba com os Gestores da Paz com professores e agentes envolvidos com a educação, que foi precedido de um debate. Iniciativa elogiável da Vara da Criança e do Adolescente. Eu estava lá na condição de candidato a vice. 

Mas houve dois erros. Acabou o debate, sacaram um documento de uma pasta com oito itens, escrito por eles, sem levar em consideração o que foi debatido pelos candidatos. 

O segundo erro foi mais grave. Os organizadores ignoraram que os planos de governos já havia sido entregues à justiça eleitoral. A carta compromisso era um documento sem efeito. Tal evento precisa ser organizado na época do registro das candidaturas, como forma de influenciar nos planos de governo.

A democracia vai nos ensinando os caminhos, políticos e sociedade vão se aprimorando. Mal mesmo foram os candidatos Filipe Fornari (PP) e Lucas Zanatta (PL) que nem compareceram. 

Um comentário:

Anônimo disse...

Muito bom companheiro..Os eleitores precisam conhecer o plano do seu candidato e dos demais para saber fazer valer seu voto.