AGENDA CULTURAL

7.1.22

Lições do caso goleiro Fábio

Nada disso valeu. Tchau, belo! 

Hélio Consolaro é professor, jornalista e escritor. Araçatuba-SP

Depois de muitas manifestações críticas nas redes sociais, o Cruzeiro se pronunciou oficialmente nesta quinta-feira (6) sobre a saída do goleiro Fábio, de 41 anos. Ídolo na história do clube celeste, o experiente jogador não chegou a um consenso com a gestão SAF, que vem promovendo reformulações no time mineiro, e se despediu de forma amarga (Torcedores.com)

 Administrar é enfrentar conflitos e resolver problemas. O Cruzeiro associativo, sem ser empresa, não geriu o clube de forma correta, pois o grupo que afundou o time era ligado ao Aécio Neves, que apesar do respeito que se tem com seu avô, Tancredo Neves, o neto não tem boas recomendações.

Tanto os modelos associativo e empresarial são bons, basta que estejam nas mãos de gente competente. Palmeiras, Flamengo e Fortaleza são modelos associativos e não estão falindo. Enquanto o Figueirense de Santa Catarina se afundou quando se tornou empresa.

Além dessa questão toda, há por trás de tudo isso uma grande sacada filosófica. Quem comprou o Cruzeiro quer fazer tudo para sair no lucro, e o Fábio era um estorvo (idade avançada, muita dívida para receber), seguiram ao pé da letra a cartilha neoliberal, não levaram em conta as subjetividades, tanto de Fábio como dos torcedores, não foram humanistas. Quem compra empresa falida (há gente especializada nisso), não pode ter coração, não é gente que chora fácil.

Se os dirigentes da SAF (Sociedade Anônimo de Futebol) fossem poetas, gente de bem, pessoas filantrópicas, enfim humanistas, que não pensassem só no lucro, o desfecho teria sido outro.

Um comentário:

Jesus disse...

Mais um texto certeiro!
Fabio era a cara do clube. Humanismo não é pra capitalista