Sempre necessitaremos do outro a vida toda, mesmo que tenhamos muito! |
Por mais que
explicasse, aqueles humanos recém-chegados não compreendiam o significado dessas
palavras e sentimentos. Nem entendiam o contrário de egoísmo, o que era solidariedade,
amor ao próximo, cooperação, empatia e o conceito da verdadeira inteligência! O
anjo pediu licença, foi lá dentro da nuvem conversar com um superior, talvez
algum espírito ou santo mais evoluído, e voltou propondo um passeio para demonstração.
Todos entraram
em sua nave celestial movida a vapor d’água e confortavelmente foram passear no
universo e chegaram a um planeta no qual se tornaram invisíveis para os
habitantes. Podiam conversar e se movimentar à vontade, apenas não conseguiam
interferir no ambiente e habitantes não os viam. O anjo disse: vamos entrar numa casa de cada planeta.
Nos dois
planetas, seus habitantes eram quase iguais aos humanos, apenas os seus braços
mais compridos que os nossos, de tal forma que o cotovelo ficava bem adiante do
que o nosso atual e dobrava muito pouco. Os habitantes não conseguiam levar
nada até a boca com as mãos pela distância e falta de movimento.
AS CASAS
No primeiro
planeta, os visitantes perceberam que os habitantes eram iguais aos terráqueos,
apesar dos braços longos. Ao entrar na casa o anjo foi chamando para observar
os habitantes durante a refeição. Cada um deles tinha grandes reservas
individuais de alimentos, mas eram muito magros, quase que raquíticos e nada
dividia com ninguém! Havia uma dificuldade muito grande na alimentação, mas
guardavam suas comidas como fossem ouro. Cada um acumulava cada vez mais na
vida!
Já no segundo
planeta, ao chegarem, notaram a diferença com o primeiro, pois eram habitantes
eram iguais ao do primeiro, mas bonitos e saudáveis, sugerindo ser muito bem
alimentados. No tour pela casa escolhida, o anjo mostrava os armários, e
percebiam que na refeição havia uma quantidade normal de alimentos, sem
acúmulos individuais; era pouco, mas suficiente para todos. Eles não conseguiam
se alimentar, levar o alimento até boca não era possível.
No entanto, no
horário das refeições havia sorrisos e alegrias partilhadas. Neste planeta, os
habitantes logo perceberam que um podia alimentar o outro mesmo com seus braços
compridos. A hora da refeição era solidariedade e cooperação total entre as
pessoas! Ninguém passava fome e viviam felizes! Um alimentava o outro com seus
braços compridos. Eles se elevaram de nível evolutivo quando descobriram o
sentimento de solidariedade, espírito de grupo e cooperação.
REFLEXÃO FINAL
Ao voltarem o
anjo questionou: aprenderam o que é egoísmo, egocentrismo, individualismo e ao
mesmo tempo falta de inteligência? Um deles era professor e disse: lá na Terra
tem gente que acumula e não divide, enquanto a maioria passa fome! O pensamento
tóxico predominante no planeta é o individualismo e egoísmo. Poderíamos ter
braços compridos!
Para que
carros e casas blindadas se nem podem desfrutar o planeta pela pobreza e
condições ambientais desiquilibradas em que se vive com rios podres e cidade
suja! Cuidar de todos é antes de tudo, uma questão de inteligência!
Alberto Consolaro – professor titular
pela USP - consolaro@uol.com.br
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