AGENDA CULTURAL

12.7.22

Motivação II - Gervásio Antônio Consolaro

                                             

     Em artigo anterior, deixamos no ar a pergunta: os administradores, inquietos, se perguntam constantemente: como é possível conseguir que as pessoas produzam sob condições em que normalmente não estariam motivadas para trabalhar?

    Parte da resposta a esse tipo de indagação está ligada à  psicodinâmica do comportamento motivacional, que representa a fonte de energia instalada dentro de cada um, praticamente em estado de ebulição. Quando falamos em motivação, portanto, nos referimos a um tipo de ação que vem dos próprios indivíduos: um tipo de ação qualitativamente diferente daquela determinada por prêmios ou punições oriundos do meio ambiente. Trata-se, mais precisamente, de uma fonte autônoma de energia, cuja origem se situa no mundo interior de cada um, e que não responde a qualquer tipo de controle do mundo exterior.

    É importante ressaltar que estar motivado não é o mesmo que experimentar momentos de alegria, entusiasmo, bem-estar ou euforia. Esses estados podem, até certo ponto, ser considerados efeitos posteriores do processo motivacional, mas nada explicam sobre sua origem nem sobre o caminho percorrido até que sejam alcançados. Sabe-se que a motivação é muito mais ampla do que os comportamentos ou estados que porventura tenham a capacidade de provocar. A simples e imediata observação do comportamento motivado não responde à pergunta de como conhecer o verdadeiro porquê da sua existência.

     Há tempos pesquisadores desmistificaram muitas das falsas interpretações do comportamento motivado. Seus trabalhos enfatizavam que a motivação nasce somente das necessidades humanas e não daquelas coisas que satisfazem essas necessidades. Tal posição é fortalecida por um significativo número de descobertas feitas por pesquisas da psicologia social. A maioria dessas investigações atribui grande peso à valorização da predisposição motivacional gerada por necessidades que brotam do interior de cada um. O ser humano possuiria, portanto, necessidades interiores que representam a fonte de energia do seu comportamento. Ele agiria em busca de fatores de satisfação capazes de evitar a sujeição a graus desagradáveis e ameaçadores de tensão.

     Considerando a motivação um processo, o enfoque atual procura descobrir como ela ocorre. Parte-se do princípio de que se trata de um desencadeamento de momentos interiormente experimentados, que levam o indivíduo a mobilizar a sinergia ou as forças já existentes em seu interior. Essa é a abordagem mais recente dos estudos da motivação humana, que não se atêm simplesmente à análise do conteúdo e à descrição dos objetivos motivacionais, como fizeram muitas das teorias dos anos 50, com a conhecida hierarquia dos objetivos motivacionais de Maslow. 

Gervásio Antônio Consolaro, diretor da AFRESP, ex-delegado regional tributário, auditor fiscal da receita estadual aposentado, formado em administração, ciências contábeis e bacharel em Direito.                      g.consolaro@yahoo.com.br 


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