AGENDA CULTURAL

7.2.24

Serelepe lepe, Almir Sater

 

Virada Cultural de 2013 - Araçatuba - Praça Getúlio Vargas

Hélio Consolaro é professor, jornalista e escritor. Araçatuba-SP

Quem tem o apelido de "serelepe" é hiperativo, moleque arteiro. "Esse menino é um serelepe" dizem os adultos. Assim deve ter acontecido com Marquinho Serelepe, locutor e gerente das rádios do Grupo Thathi em Araçatuba (Nova Brasil e Cultura FM 95,5).

Serelepe é um esquilo, conhecido também por caxinguelê. Por ser esperto, irrequieto, passou a ser apelido de muita gente. Em Araçatuba, temos o Marquinho Serelepe por iniciativa de Osmar Hilário. O rapaz repórter era rápido em dar informações. 

Marco Antônio Ferreira (Serelepe), Irmão do Carlos Alberto Ferreira (Tilim), Luís Clóvis Ferreira (político de Sumaré), todos filhos da Dona Lola, ex-moradores do Jardim Guanabara, Araçatuba. Há outros irmãos, o pai, mas conheci só uma parte da família. Dona Lola era líder comunitária da igreja católica.  

Serelepe só não foi locutor de serviço de alto falante, mas de quermesse com certeza. Mas hoje, o cara é gerente, doutor, doutor advogado...

Quando em Araçatuba existia Virada Cultural, com artistas famosos fazendo megashows em praças públicos para ricos e pobres, e eu era o secretário municipal de Cultura, Marquinho Serelepe foi contratado para apresentar o megashow do Almir Sater na praça Getúlio Vargas.

Pá de cá, pá de lá. Chegou o dia. O artista demorou quase dois dias para afinar a viola, porque ele é exigente. Serelepe subiu ao palco, conversou com Almir Sater, pediu as coordenadas e se afastou, foi quando Marquinho exerceu a natureza de seu apelido, aconteceu a fatalidade: tropeçou na viola, e o instrumento saiu do suporte e tombou. Nem vi a cara do violeiro. Até hoje Serelepe nega que tenha sido o autor do tropeção. 

Não saíram pescoções, nem qualquer outro tipo de violência, apenas alguns resmungos. Era aquela viola de estimação, feita pelo melhor luthier, mas não quebrou nada. Almir Sater, com sua paciência, reafinou a viola. 

Negra Li e Marquinho Serelepe - Virada Cultural de 2013

Depois de alguns anos, contei tal fato numa roda de radialistas, porque na época o desastre de Serelepe ficou debaixo de um quieto. Houve um abafa. Correram até ele para lhe tirar o sarro. E nisso tudo fui autorizado a fazer a crônica sobre o fato. A língua dele é mais comprida do que a minha. Os vereadores de Araçatuba são testemunhas disso.  

Serelepe lepe, viola no chão, show muito bom. Almir Sater nunca tocou com tanta paixão. Com o tombo, a viola teve suas cordas mais alinhadas, as músicas ficaram mais bonitas. 

   

7 comentários:

Anônimo disse...

Esse é o nosso grande amigo Marquinhos, tamos juntos.

Anônimo disse...

Esse é o cara.

Anônimo disse...

Nina, que honra, parabéns!!!

Anônimo disse...

Extraordinário aplausos

Anônimo disse...

Hélio existiu uma (e) história sobre um saci serelepe?

Anônimo disse...

Quem não tem história, não tem vida...pura nostalgia.

Marco Serelepe disse...

Muito obrigado, amigo Hélio. Dia inesquecível e eternizado pro sua crônica maravilhosa. Forte abraço! Virada Cultural que faz falta...Quem sabe um dia volta e vamos com viola e tudo.