27.7.07
A vida começa em mim
Hélio Consolaro
Não alcançamos a verdadeira dimensão de certas coisas da vida, por isso nos deixam com a cara em forma de interrogação. Não entendemos muito aquela ação de nosso cotidiano, mas que contém uma profundidade imensurável.
Saber ler o mundo vem antes de saber ler o texto. Às vezes, encontramos analfabetos que são exímios leitores do mundo, não têm instrução, mas são portadores de grande sabedoria.
A vida exige-nos que sejamos bons leitores das linhas, nas entrelinhas e por trás das linhas em ambas as leituras. Precisamos entender que os pormenores fazem parte de uma realidade maior, que também está presente em todos os detalhes de nossa vida. Até hoje a humanidade não descobriu que vive num útero, cuja placenta é a camada de ozônio. E nós, como fetos, defecamos nele. Logo, logo a vida se tornará impossível.
Fazer esse intercâmbio entre parte e todo, todo e parte, é entender a vida para vivê-la plenamente. Mas demoramos a entender isso... Temos olhos apenas para nosso próprio umbigo.
Estava a brincar com meu neto, o Consinha. Uma delícia a informalidade das brincadeiras. Ele me chamando de Cascão porque me recusava a tomar banho naquele frio polar, e nós numa luta corporal, como se estivéssemos vivendo a poesia de um desenho animado. E assim, ele dormiu ao meu lado e me senti honrado com isso.
Pra gente, que tem a alma cascuda (ou masculina), parece perda de tempo brincar com crianças, não temos lá muita paciência, mas será por tais momentos que permaneceremos nas lembranças de nossos descendentes.
Peço licença ao leitor para acariciar, a distância, duas pessoas. Ana Maria Galdino da Costa, que lançou seu livro de poeminhas no dia 30/4, na cidade de Valparaíso: “Dança das Cores”, todo colorido, muito bem ilustrado. Trata-se de uma obra infanto-juvenil. Estive lá no clube da cidade a convite do professor Raimundo Messias Soares de Souza.
Embora estivesse em Araçatuba, não pude ir ao Centro do Professorado Paulista no lançamento do livro “Sonhos e Acalentos”, (poemas) do professor José Lisboa Sampaio, porque às quintas-feiras tenho aulas no Colégio Salesiano; mas, no dia seguinte, o encontrei no Banespa com os livros debaixo do braço. Gritei:
- Professor, quero o meu! Por favor, autografado!
E na arrumação de minha biblioteca, nestas férias, descobri que tenho quase uma estante lotada com livros de autores de Araçatuba e região. Que bom!
Brincar com o Consinha, adquirir livros de amigos e arrumar livros me causa boas sensações. Sinto-me vivo, porque estou neles. Embora pareça egocentrismo, a vida começou em meu umbigo. E todos os viventes estão em mim.
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6 comentários:
Ô ser cascudo...rsrsrs...quer dizer, Cascão!...rsrsrs...
Só o Consinha (aliás, dê vários beijos e carinhos a ele por mim!) está a te fazer rir?!
Não desanime! Ânimo, garotinho!
A vida é assim mesmo...de repente, percebemos que as pessoas mais felizes e de bem com o mundo são aquelas que AMAM A SI E A TODOS, INDEPENDENTE DE PEDRADAS E PRECONCEITOS!!!!!!!!!
É a grandeza de espírito e a simplicidade de sabedoria!!!!!!
Contudo, é muito bom VIVER A VIDA E PLENAMENTE!!!!!!!
AMO-TE!!!!!!!
Seu anjo torto...
A vida é simples demais, nós é que a vemos complicada e às vezes impossível de... Com nossos conhecimentos livrescos imaginamos entendedores de tudo, mas a verdade é que estamos longe desse entendimento, dessa leitura de mundo. Ele é tão imenso, não é?!
E a maior felicidade do mundo é estarmos juntos de quem realmente amamos e nos ama de verdade.
Um grande beijo no seu coração, meu amor!!!!!
Olá, Hélio! Como sempre, parabéns pelo texto! Fiz um novo blog. Quando tiver um tempo, acessa pelo link ali! Abração!
Oi, Hélio!
Vim visitar seu blog e agradecer as palavras carinhosas.
Parabéns pelos textos!
Abraço!
Ana Maria, obrigado pela visita e pelo valioso comentário. Você também é blogueira? Beijos
Hélio Consolaro
Eu é que agradeço.
Atualmente estou com o blog "Crisálida", mas anda abandonado, preciso retomar: http://amcrisalida.blogspot.com
Grande abraço!
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