AGENDA CULTURAL

12.8.07

Uma mutante

Célia Villela - autora do livro
Hélio Consolaro

Célia Villela, colunista social desta Folha, vai lançar o seu primeiro livro, intitulado “Cá entre Nós” (crônicas), amanhã, a partir das 20h, no ambiente chique do Bela Vista Eventos, km 2 da rodovia Nametala Rezek (prolongamento da av. da Saudade) em Araçatuba.

Já ouço por aí que ela se ajustaria bem à cadeira 12 da Academia Araçatubense de Letras que se encontra vaga, devido ao falecimento da colunista social Odette Costa Bodstein. O gênero “colunismo social” continuaria contemplado na entidade.

Celinha, como é chamada pelos amigos de Araçatuba e região, soube dar à coluna social um glamour diferenciado. Ela colocou no estereótipo da coluna sua marca pessoal. Demonstra com isso que é uma profissional consciente, conhece o espaço que ocupa e seus limites, mas também descobriu as brechas do gênero por onde podia renová-lo. Só por isso, a autora do livro já pode ser enaltecida.

Célia Villela foi além, com sua inquietude, vontade de viver a vida em todas as dimensões que lhe foram oferecidas, não se contentou em ser apenas colunista social, quis exercer também a crônica, gênero literário que persiste nos jornais. E o faz com excelência.

Que me perdoem Dr. Maurício, Guilherme e Rafael (marido e filhos de Celinha), Célia Villela já não pertence somente a eles, ela é uma figura pública, presença obrigatória em todos os eventos sociais e culturais de Araçatuba e região (quase sempre acompanhada pelo marido), porque apesar de jornalista, obrigada à objetividade, sabe contemplar com mestria a subjetividade dos leitores em seus textos.

Apesar de colunista social e cronista, trabalha muito bem seu lado jornalístico, realizando entrevistas com celebridades de cada área e, às vezes, ousando em reportagens, sem perder a objetividade. Celinha gosta do que faz.

Conheço bem cada texto deste livro, porque tive o privilégio de ser deles um dos primeiros leitores, como então presidente da Academia Araçatubense de Letras, editor deste livro e amigo. Usando a metáfora de Rubem Alves, a autora optou pela pipoca, não quis ser piruá.

Célia Villela descobriu que cada pessoa deve ser uma flecha ardente à procura de seu destino, por isso resolveu revelar a trajetória de várias flechas, conclusa ou inconclusa. Homenagens merecidas a pessoas que dignificam Araçatuba e a humanidade.

Não estranhe, caro leitor, se Celinha nos surpreender com novas iniciativas em futuro próximo, porque a inquietude e a criatividade dela têm a energia de uma flecha em plena combustão. Ela não é Rita Lee, mas é uma mutante.


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