AGENDA CULTURAL

11.11.07

Eta gato danado


Hélio Consolaro

O boteco Bate Forte, na sexta-feira, estava repleto de barrigudinhos para comemorar o Dia Nacional da Cerveja. O time estava completo. Caneta Louca e Faca Amolada atendiam aos pedidos que vinham aos gritos:

- Uma quadrada, bem gelada, aqui!

- Uma porção de lingüiça calabresa!

Seu Sugiro, gritou da calçada:

- Espetinhos de filé miau, bom, né! Salgadinho, gostoso...

A dupla Marmita & Passa-Fome cantavam como sabiás, animavam o ambiente.

O Gordo contou para a turma que Banguelo estava depressivo, nem veio ao Bate Forte. Todos queriam saber o que houve, que tinha acontecido. E ele contou com ar de satisfação, como a dizer, não sou o único chifrudo do mundo.

- Banguelo entrou em casa e percebeu que havia um arranhão no rosto. Vendo o gato esparramado no sofá, ele deu um puxão no rabo do bichano, que saiu gritando: MIAAAAUUUUUUU!!!!!!!!

E o Gordo continuou:
- A esposa acordou assustada e perguntou o motivo do barulho. Banguelo respondeu que havia sido o gato. Que ele havia entrado em casa e recebido aquele baita arranhão no rosto.

- E a mentira pegou? – quis saber Burguês.

E o Gordo continuou:
- A esposa disse que o gato estava impossível! E mostrou ao marido a chupada que ele dera no pescoço dela...

E todos gargalharam, com alguns cochichos, pois era o sujo falando mal lavado. Gordo era o chifrudo número um do Bate Forte.

Subversivo, vestido com a camisa do Corinthians, estava todo convencido porque havia saído da zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro. Burguês não deixou passar a oportunidade:

- Os corintianos tiraram apenas o nariz da lama, está respirando um pouco e se comportam como campeões. Como esse povo é otimista!

Magrão não perdoou:

- Carro de corintiano só anda na segunda. Que fanatismo...

Subversivo, já bem curado, havia perdido aquela magreza de faquir, foi pra cima do Magrão, pronunciando os nomes mais feios. A turma do deixa-disso entrou em ação. Que besteira! Pare com isso! Faca Amolada ecoou seu grito de paz:

- Roda por conta da casa!

E todos se acalmaram, perderam seus olhares naquele finito copo cheio de cerveja. A alegria foi geral.

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