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Hélio Consolaro
O boteco Bate Forte, na sexta-feira, estava repleto de barrigudinhos para comemorar o Dia Nacional da Cerveja. O time estava completo. Caneta Louca e Faca Amolada atendiam aos pedidos que vinham aos gritos:
- Uma quadrada, bem gelada, aqui!
- Uma porção de lingüiça calabresa!
Seu Sugiro, gritou da calçada:
- Espetinhos de filé miau, bom, né! Salgadinho, gostoso...
A dupla Marmita & Passa-Fome cantavam como sabiás, animavam o ambiente.
O Gordo contou para a turma que Banguelo estava depressivo, nem veio ao Bate Forte. Todos queriam saber o que houve, que tinha acontecido. E ele contou com ar de satisfação, como a dizer, não sou o único chifrudo do mundo.
- Banguelo entrou em casa e percebeu que havia um arranhão no rosto. Vendo o gato esparramado no sofá, ele deu um puxão no rabo do bichano, que saiu gritando: MIAAAAUUUUUUU!!!!!!!!
E o Gordo continuou:
- A esposa acordou assustada e perguntou o motivo do barulho. Banguelo respondeu que havia sido o gato. Que ele havia entrado em casa e recebido aquele baita arranhão no rosto.
- E a mentira pegou? – quis saber Burguês.
E o Gordo continuou:
- A esposa disse que o gato estava impossível! E mostrou ao marido a chupada que ele dera no pescoço dela...
E todos gargalharam, com alguns cochichos, pois era o sujo falando mal lavado. Gordo era o chifrudo número um do Bate Forte.
Subversivo, vestido com a camisa do Corinthians, estava todo convencido porque havia saído da zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro. Burguês não deixou passar a oportunidade:
- Os corintianos tiraram apenas o nariz da lama, está respirando um pouco e se comportam como campeões. Como esse povo é otimista!
Magrão não perdoou:
- Carro de corintiano só anda na segunda. Que fanatismo...
Subversivo, já bem curado, havia perdido aquela magreza de faquir, foi pra cima do Magrão, pronunciando os nomes mais feios. A turma do deixa-disso entrou em ação. Que besteira! Pare com isso! Faca Amolada ecoou seu grito de paz:
- Roda por conta da casa!
E todos se acalmaram, perderam seus olhares naquele finito copo cheio de cerveja. A alegria foi geral.
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