
Hélio Consolaro
Faca Amolada, o dono; Caneta Louca, o garçom e futuro genro, corriam, esbaforidos, atendendo aos pedidos dos clientes que vinham aos gritos:
- Uma cerva bem gelada!
- Um espetinho de filé miau!
Seu Sugiro, todo alegre, gritou:
- Pedido direto, hein! Nem precisou fazer propaganda.
Dona Assunta, a esposa, administrava a cozinha; Amelinha, a filha, cuidava do caixa.
De repente, chegou o caminhão de entrega de móveis da Casa Bahia. Que foi, que não foi. Comprou o quê? Até que desceram um sofá que causou espanto a todos.
- Será que o Faca Amolada fez essa má-criação com a gente? Não quer os barrigudinhos aqui?
Magrão se explicou:
- Esse será o sofá de minha sogra. Ela passou a morar lá em casa, e ela só fica deitada no sofá, assistindo televisão. Então, agora, ela vai ter todo o conforto do mundo.
Todos gargalharam e disseram que queria compraria um igual para a sua respectiva sogra. Mas por que trazer o sofá aqui no Bate Forte? – quis saber o Gordo.
- É que no dia 28 de abril é Dia da Sogra, quero lhe fazer uma surpresa. O Faca Amolada vai guardá-lo para mim.
Dona Moranga resmungava:
- Coitada dessa sogra...
E todos passavam a mão para testar a maciez do sofá.
E Banguelo continuou:
- Então, se dia 28 é Dia da Sogra, vou dar um luxo pra minha sogra, preparando melhor o lugar cativo que ela tem no meu carro.
- Que lugar? – quis saber Mimoso.
- O porta-malas, oras bolas!
Gargalhadas gerais.
Dona Moranga se esqueceu dos espinhos do sofá, sentou-se nele, jogando todo o peso da bunda. O grito estrondou no quarteirão. Miltão e Dona Moranga caíram de braço em cima do Magrão. Xingamentos, cadeiradas. Até que Faca Amolada grita a paz:
- Rodada por conta da casa!
Todos voltaram seus olhos para o copo cheio. Dona Moranga entrou, Miltão foi-lhe fazer curativo no bumbum! Não sei não se não pintou um clima...
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