
Pouco vou a estádios para assistir a jogos de futebol. Gostos e hábitos estão muito ligados à infância e não há nada parecido na vida do Consa menino, a não ser estudar e trabalhar. Sou um workaholic, viciado em trabalho, aleijão de quem trabalha desde menino.
Então, caro leitor, na quinta-feira, 24 de julho, quando o Palmeiras derrotou o Santos por
Para mostrar ao Thiago, estudante universitário, que a questão cultural permeia a vida de qualquer profissional, mesmo a de um futuro enfermeiro, o levei para visitar o Memorial da América Latina, que fica bem próximo do Parque Antártica. Passei pela livraria Siciliano, no Shopping West Plaza, nas redondezas da Nação Verde, comprei um livro. E fomos ao estádio, no setor Visa.
Apesar de a torcida do Santos ser inexpressiva em Sampa, e o time estar mal no campeonato, havia um clima de campo de combate. Tudo para não perder o costume. Depois da revista no portão, o policial me disse:
- O senhor não pode entrar!
Como? Compramos os ingressos pela internet, coisa e tal. E ele, na cara dura, me disse:
- Por causa do livro. O livro não pode entrar.
Lembrei-me do filme Fahrenheit 451. Sei que os torcedores fanáticos não são próximos de livros, nem mesmo a crônica esportiva seja dada à intelectualidade. Um ou outro jornalista esportivo se destaca nesse campo. E a resposta veio insólita:
- Se entrar com ele, o senhor pode pôr fogo no livro e jogar no meio do campo, provocando a violência...
Certamente, apesar de quase ser um sexagenário, não perdi a minha cara de mau. O policial teve uma má impressão de mim. Os canalhas também envelhecem, pudera! Se fosse em Araçatuba, ninguém ia me dizer tal desaforo. Autor de livros, professor que valoriza a literatura brasileira perante seus alunos não ia incendiar livros, nem mesmo num momento de raiva. Como galo em terra alheia vira franga, resignei-me.
- Tio, vamos pôr o livro naquela jardineira!
À beira de um sobrado havia uma “matinha”, invadindo a calçada. Aceitei a idéia. Como o tema do exemplar era a cultura indígena, se adaptaria bem naquele habitat. E bem fechado na sacola de plástico, escondemos o livro com todo cuidado:
- Olhe de lado, Thiago, para ver se ninguém está observando!
E vapt-vupt. Livro no mocó.
Torci muito, xinguei a mãe do juiz. Traí o pobre do livro, pois nem me lembrei dele. Na saída, com o coração na mão, fomos buscá-lo, como se fosse uma criança abandonada. E lá estava ele, todo faceiro, nos esperando.
Quem ia roubar aquela droga?
Comentários de gente importante
Calil Nakad Sobrinho divulga o Consa:
Prezado
Encaminhei sua crônica, publicada na Folha da Região, para o Diretor Adjunto de História da Sociedade Esportiva Palmeiras, meu amigo Jota Roberto Christianini, que, inclusive, já foi entrevistado pelo jornal, por ocasião do hasteamento da bandeira do Palmeiras no Tiro de Guerra de Araçatuba.
O Jota gostou demais do texto e gostaria muito de manter um contato com o senhor. Ele é um grande contador de histórias e causos do futebol em geral e, especialmente, do nosso Palmeiras. Aliás, o considero o maior conhecedor da história do Palestra/Palmeiras.
Ele deve contactá-lo nos próximos dias.
Grande abraço e saudações palmeirenses,
Calil Nakad Sobrinho
Cônsul do Palmeiras - Birigui - SP
Jota Robertro divulga o Consa:
sou diretor de historia da nossa gloriosa SOCIEDADE ESPORTIVA PALMEIRAS e escrevo causos. .
li o seu, não é causo é caso, e sério, mas vá lá!
posso publicar em nosso blog : terceiraviaverdào.blogspot.com
nr/ se aprovar informa ; em que cidade o professor reside? e aquele sobrinho do caso ?
Jota Roberto
Fábio Ricardo comenta:
hehehehehe
Depois do Tiro de Guerra hastear a bandeira do Verdão após o título paulista, Hélio COnsolaro sendo descoberto... É!... Araçatuba tá progredindo!!!
O Consa é uma figuraça!!!
As crônicas deles são incríveis. Pena que não tratam só de futebol senão poderiam virar uma constante aqui no blog.
Ele é sisudo mesmo. Sou bancário e já tive a honra de atendê-lo em minha agência. Palmeirense a moda antiga!
Parabéns, Consa! Seu talento não tem fronteiras...
2 comentários:
O livro ficou na moita porque não passei por lá...
Eu roubaria o livro e colocaria a bandeira do Corinthians no lugar. Se o Pikachu é ladrão de livro,também posso ser, e com méritos.
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