Hélio Consolaro*
Os adágios populares, às vezes, vêm carregados de preconceito, de um pensamento político nada correto, mas não deixam de trazer as verdades sentidas pela população no seu dia a dia. Não costumo desprezá-los.
Diz um adágio que o ócio, a falta do que fazer deixa as pessoas vulneráveis, fáceis presas de caraminholas. O escritor português, realista, Eça de Queirós, na tentativa de ironizar o Romantismo, construiu a personagem Luisinha no livro “O Primo Basílio”. Como uma burguesa ociosa, lia livros cheios de aventuras amorosas e ficou ávida delas, campo propício para um conquistador, como o seu primo Basílio, o anti-herói românico.
O conhecimento empírico, às vezes, encontra respaldo nas ciências. A fitoterapia, por exemplo, vive provando que as plantas curam, que aquela receita da vovó de tomar chazinho disso ou daquilo tem suas razões científicas.
Lendo o caderno “Mais”, da Folha de São Paulo, de 11/10/2009, cujo tema é “Entre a droga e o divã”, li a entrevista da neurologista norte-americana Kelly Lambert, em que defende a tese de que os trabalhos mais simples, como limpar o chão, combatem a depressão. Ao lê-la, concluí que minha avó tinha razão. A execução e a conclusão deles causam certo bem-estar. Não é à toa que os pobres são felizes, não têm depressão.
A doutora faz pesquisa com ratos, pesquisa a reação do cérebro com a recompensa. E assim, ela passou para o ser humano, que não foi muito diferente. Por que entre os antigos a depressão não era tão generalizada como hoje? Houve, na verdade, uma mudança no estilo de vida, hoje somos mais passivos.
Meus amigos me perguntam:
- Por que você trabalha tanto? Vive na correria. Quando a gente pensa que você vai parar, abraça ocupação mais desafiadora...
Não fico diante da tevê por tanto tempo. O computador me atrai, me ocupa, mas não “mato o tempo” nele. Quando o ligo, estou procurando resolver alguma coisa que vai me ajudar na realidade.
Se um dia, eu me perguntar:
- Que tenho a fazer?.
E a resposta for:
- Nada!
Com certeza, chegarei ao suicídio com facilidade. Confesso que desejo morrer na lida. Se a insônia me pegar no meio da noite, me levanto e vou trabalhar. Depois, volto e durmo. Ficar com raiva, brigar comigo mesmo, rolar na cama não é uma atitude inteligente.
Não sou melhor nem pior. Sou assim. Como não nascemos com manual de funcionamento, vamos nos construindo e nos descobrindo paulatinamente. Conhecer a si mesmo é um bom adágio a ser seguido.
Sou assim. Quem me quiser diferente, procure outro.
Os adágios populares, às vezes, vêm carregados de preconceito, de um pensamento político nada correto, mas não deixam de trazer as verdades sentidas pela população no seu dia a dia. Não costumo desprezá-los.
Diz um adágio que o ócio, a falta do que fazer deixa as pessoas vulneráveis, fáceis presas de caraminholas. O escritor português, realista, Eça de Queirós, na tentativa de ironizar o Romantismo, construiu a personagem Luisinha no livro “O Primo Basílio”. Como uma burguesa ociosa, lia livros cheios de aventuras amorosas e ficou ávida delas, campo propício para um conquistador, como o seu primo Basílio, o anti-herói românico.
O conhecimento empírico, às vezes, encontra respaldo nas ciências. A fitoterapia, por exemplo, vive provando que as plantas curam, que aquela receita da vovó de tomar chazinho disso ou daquilo tem suas razões científicas.
Lendo o caderno “Mais”, da Folha de São Paulo, de 11/10/2009, cujo tema é “Entre a droga e o divã”, li a entrevista da neurologista norte-americana Kelly Lambert, em que defende a tese de que os trabalhos mais simples, como limpar o chão, combatem a depressão. Ao lê-la, concluí que minha avó tinha razão. A execução e a conclusão deles causam certo bem-estar. Não é à toa que os pobres são felizes, não têm depressão.
A doutora faz pesquisa com ratos, pesquisa a reação do cérebro com a recompensa. E assim, ela passou para o ser humano, que não foi muito diferente. Por que entre os antigos a depressão não era tão generalizada como hoje? Houve, na verdade, uma mudança no estilo de vida, hoje somos mais passivos.
Meus amigos me perguntam:
- Por que você trabalha tanto? Vive na correria. Quando a gente pensa que você vai parar, abraça ocupação mais desafiadora...
Não fico diante da tevê por tanto tempo. O computador me atrai, me ocupa, mas não “mato o tempo” nele. Quando o ligo, estou procurando resolver alguma coisa que vai me ajudar na realidade.
Se um dia, eu me perguntar:
- Que tenho a fazer?.
E a resposta for:
- Nada!
Com certeza, chegarei ao suicídio com facilidade. Confesso que desejo morrer na lida. Se a insônia me pegar no meio da noite, me levanto e vou trabalhar. Depois, volto e durmo. Ficar com raiva, brigar comigo mesmo, rolar na cama não é uma atitude inteligente.
Não sou melhor nem pior. Sou assim. Como não nascemos com manual de funcionamento, vamos nos construindo e nos descobrindo paulatinamente. Conhecer a si mesmo é um bom adágio a ser seguido.
Sou assim. Quem me quiser diferente, procure outro.
3 comentários:
" Não é a toa que os pobres são felizes " ; pudera, ganham quando muito um salário mínimo, alguns têm bicicleta; uns moram com a sogra ou a sogra moram com eles, a maioria ou é palmeirense ou corinthiana; não engordam pq não têm o que comer. Com um vidão assim, só mesmo sendo felizes
Eu creio que para enfrentar a depressão ou a preguiça tem que caçar o que fazer, e rápido.
Pra estagnar basta água parada,
Vamos correr por ai...
Rs...gostei do post, apesar de radical..enfim, se puder me visite...http://sindromemm.blogspot.com
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