AGENDA CULTURAL

6.3.11

Mulheres velhinhas



Hélio Consolaro


Quero homenagear as mulheres que hoje estão velhinhas. Todas foram e são belas, porque a beleza é bem subjetiva. A frase “o amor é cego” é um exemplo disso.


Cada faixa etária tem a sua beleza. Há mulheres lindas na juventude que, com envelhecimento, perdem o frescor, mas continuam belas. Há outros que passam por uma decadência total. As ditas “feias” na juventude ganham beleza na envelhescência, mas não são todas, porque há algumas que viram tribufus. Dizem que a beleza brota do interior das pessoas. Talvez seja isso mesmo.


Bonita ou feia, tudo isso é relativo. A sua querida avó pode ser um tribufu para a vizinhança, mas aos seus olhos de neto ou neta, ela é uma doce criatura. Então, esse negócio de boniteza feminina está muito ligado ao relacionamento que nós, homens, temos com elas. Alguns as transformam em bruxas, porque conseguem fazê-las infelizes, e elas teimam em continuar com seus algozes.


Depois que entendi ser cada um responsável por sua própria felicidade, ninguém tem o direito de dizer ao outro: “Você é o motivo de minha infelicidade”. Fiquei mais aliviado. Lógico que cada um pode ajudar na felicidade do outro, mas há gente que gosta de ser infeliz. Que se dane!


No Dia Internacional da Mulher, quero homenagear a mulher bem velhinha, aquela que Deus perdeu a ficha e não a chama nunca. Existem muitas. Viúvas de homens importantes, mães de gente com projeção na sociedade. De repente, no vaivém da conversa, descobrimos que ela é uma árvore frondosa da cidade, deu bons frutos.


No carnaval, dentre os atropelos dos festejos de momo, fui chamado para comer uma bacalhoada na casa do Washington Xavier, aquele que conversa pelos cotovelos e tem alma de criança. Numa casa sem número da rua São Paulo. Sabia que aquele filho ingrato não era capaz de fazer tal prato tão bem, mas a gente vai ao sacrifício em nome da amizade.


Chegando lá com a Japa, encontro o argentino Jorge Hector Rozas e a artesã de tão delicioso prato, Dona Sebastiana. Ela também tem a sorte de ser mãe do Jorge Napoleão Xavier. Passamos horas interessantes, porque, como seus filhos, é um bom papo.


Faço nesta crônica uma homenagem a Dona Sebastiana, pensando em todas as mulheres que perderam, ainda novas, seus maridos e continuaram na luta, quase sempre, anônimas. E que ainda faz troça com seu filho de 60 anos, o caçula, que não conseguiu encontrar uma mulher para se casar. E vai buscá-lo no bar, dando-lhe sermões. Mãe é mãe.


Parabéns, Dona Sebastiana! Parabéns, mulher brasileira.

5 comentários:

Rita Lavoyer disse...

Ai, ai, ai!
Esse texto, mais do que os outros que o senhor já escreveu e eu dei minha opinião, me chamou a atenção pelo titulo.
Gosto de textos que expressam as mulheres, navegar nesse oceano requer coragem, mais do que conhecimento marítimo.
Sim, o senhor tem razão quando diz que companheiros , alguns, transformam suas parceiras em bruxas. Sabe! Ser bruxa não é para qualquer uma,isso requer treinamento, em seguida o diploma.
E quando elas conseguem tal patamar não querem largar a cabo da vassoura senão, como voarão para a liberdade! Vê o paradoxo?
Por isso cavalheiros da Melhor Idade, (isso serve ao senhor também), lembrem-se que suas bruxas, digo esposas,antes de serem velhinhas, são gente. Antes de serem gente, são mulheres.
Lembrem-se disso e cumpram com seus deveres. Dá até outra crônica professor Hélio.
Escreva mais sobre as mulheres e dirão assim:
Seu Hélio é um bom companhiero, Seu Hélio é um bom companheiro, Seu Hélio é um bom companheiróóóó!
Quem é que vai negar!
Aí, se não gostarem, que se danem!
Salve todas as mulheres!
Obrigada professor Hélio Consolaro pelo texto em homenagem ao Dia Internacional da Mulher.

Patrícia Bracale disse...

Amo ser mulher.
Mas há que se ter coragem para criar uma...
Eu sigo com os meus homens e que eles não demorem muito para sair de casa.
Mas se demorar... vou junto no bar tomar minha cerveja malzieber ou eles que me busquem.

HAMILTON BRITO... disse...

" você é isso, lágrima que é pura, parto de ternura, paz do meu amor"

Algo tão assim,só poderia ser feito para uma mulher.

...e tem gente que não gosta.
Cruuuuzzzeeeessss!!!!!!

Patrícia Bracale disse...

Melhor que ser mulher é cantar "Paz do meu Amor" pra mulher de sua vida,
graças a Deus eu tive oportunidade de cantar várias vzs p/ minha mãe.
VOCÊ É ISSO...A LUZ QUE ME ILUMINA!!!

Ministério Tempo de Colheita disse...

olá Helio!! sou fã de susa palavras escritas, é um verdadeiro dom. Por favor me tire uma divida, vc pode me passar seu e-mail para conversar, pois desejo fazer um evento em araçatuba de grande proprção e não sei com quem falo ou peço permissão. Se puder me ajudar eu agradeceria muito. Obrigado desde já. fike com Deus