AGENDA CULTURAL

25.11.10

Pichação na praça João Pessoa

Paulo Gonçalves - Folha da Região
Palco Tom Jobim - praça João Pessoa

Hélio Consolaro*

A praça João Pessoa está sendo pichada mais intensamente, assim noticiou esta Folha. E é verdade, mas para qualquer coisinha que ocorre, seja no mundo físico, biológico ou sociocultural, há uma causa. Então, como secretário municipal de Cultura lanço a pergunta: qual é a causa do dito “vandalismo”.

O delegado de polícia Vilson Disposti, com lucidez, explana em seu livro “Filhos da Dor” que todo usuário de droga tem algum problema. Precisamos nos perguntar “Por que nossa sociedade está produzindo pessoas cada vez mais infelizes e problemáticas”. Não basta mandar prender, ser partidário da pena de morte, etc.

De uma maneira ou de outra, os pichadores também são “filhos da dor”. Por mais que uma pessoa odeia os pichadores ou usuários de drogas, eles são nossos semelhantes, pertencem à nossa espécie. Os artistas também são, com menos ou mais intensidade, “filhos da dor”. As obras de arte nascem de conflitos interiores. 

Voltando à praça. Eu já havia conversado com representante dos grafiteiros, que são pichadores mais chiques, um estágio superior, para que grafitassem as paredes externas  do novo banheiro da praça, como forma de inclusão, já que a praça sempre foi objeto de pichação.

Em conversa com o professor Arthur Leandro Lopes, mentor da reforma da praça em 2.000, a proprietária da cantina me disse que ele preferia que o banheiro fosse também verde. Em respeito ao amigo, afinal, o esforço foi dele, dispensei os grafiteiros, expliquei à minha “ponte” os motivos.   

Não pretendo estabelecer uma reação mecânica entre uma ação e outra, como “ação/reação”, mas já está provado que a exclusão e a rejeição são atitudes que mais produzem ódio nas pessoas.  Mais amor não é apenas pôr um sorriso nos lábios, mais amor exige melhor relacionamento com os outros, principalmente com os “subalternos” e/ou diferentes.

Vigilância 24 horas é uma atitude antiga, repressiva, impossível. Precisamos incluir os pichadores em nossas ações e fazer com que eles mesmos cuidem da praça. Enquanto não aprendermos a fazer do limão azedo uma doce limonada, a violência grassará.  Por uma cultura de paz.

Hélio Consolaro é secretário municipal de Cultura, Araçatuba. 

3 comentários:

Patrícia Bracale disse...

A praça faz parte dos meus passeios semanais com meus filhos.
Ensino sempre que é prolongamento de nossa casa.
Meu filho pega o lixo do chão e já procura o lugar correto p/ descarte e qdo é material reciclável levamos para casa para entregar aos agentes de coleta.
Ele me perguntou sobre as pichações e só pude responder que uma pessoa feia que fez aquilo.

Anônimo disse...

As vezes a gente acredita em algo com tanta convicção e quando nos damos conta acreditamos em uma mentira...estética eh questão de ponto de vista assim como o bem e o mal são relativos...pra mim eh errado um cara chegar com um monte de dinamite no corpo e matar pessoas q se opõem a sua crença religiosa,mas pra um fanático isso eh tão certo q o torna digno de desfrutar de um paraíso com 100
virgem...a sociedade eh podre, seres humanos são corruptos e podres, "soh vejo a solução eficaz no nosso caso,meteóro tipo aquele q extinguiu os dinossauros"..."neguim" rouba milhões no senado e agente tem q viver numa sociedade desgraçada q nem bicho q abraça idéia manipulada e monopolizada...a minha verdade eh fazer o q me deixa bem...a propósito a pixação de fato ela eh bem mais complexa...não eh um monte de rabisco q pré adolescente faz com letra de forma no muro escrevendo seu apelido e o nome da namorada...PIXAÇÃO TEM UMA CALIGRAFIA UMA ESTÉTICA SIM ....AS LETRAS TEM Q SAIR RETINHA....SEGUINDO AS LINHAS GUIA DA BABILÔNIA VERTICALIZADA...AEEE SE A SOCIEDADE ME COBRA NOTORIEDADE EU VO ATRÁS DO MEU DESTAQUE FAZENDO O Q ME AGRADA...FODA -SE TUDO E TODOS !!! NA VERDADE TODO MUNDO TEM VONTADE DE AGIR DESSA FORMA...O Q DIFERENCIA UM DO OUTRO É A ATITUDE...

Anônimo disse...

O cinza kassab e o verde arthur é demodê.

o que ta bombando nas pistas é o preto fosco, a cor da estação na da babilônia.

Senta e chora povinho medíocre.