Hélio Consolaro*
Lógico que na segunda-feira estaremos na rotina; segundo alguns, cometendo os mesmos pecados, fazendo tudo do jeito que o diabo gosta. Afinal, a carne é fraca e o espírito vacila. Eu acho que eles agem em conluio.
Se o objetivo é salvar os pecadores, porque o nome Jesus ou do Pai não pode ser dito num prostíbulo? Também, sem exagero, caro leitor, nada de colocar nome de santo no estabelecimento de encontros furtivos, como Motel Santo Antônio.
Neste prenome Jesus, está o lado humano, enquanto no sobrenome Cristo, está a dimensão divina do homem. Quando ele disse na cruz:
- Pai, pai, por que me abandonaste?
É a carne que grita a sua dor, mas usando o espírito para se expressar.
Há casais, casados mesmo, sob o manto do sacramento, que não põe o crucifixo na parede do quarto, acima da cama, alegando que Jesus não pode ver as sem-vergonhices da carne.
Numa sociedade que fala tanto de perdão, mas só busca culpados, num moralismo exacerbado, relação sexual se torna coisa pecaminosa.
Por mais que choremos com o sofrimento de Jesus, principalmente nas encenações, passa um fio de desconfiança em nossa mente, para justificar nossas fraquezas:
- Ele passou por isso e agüentou porque era o Filho de Deus. Ele tinha que passar por isso... Eu sou um Zé Mané.
Será que há um script de nossas vidas? Os cientistas estão dizendo que nosso futuro está escrito no mapa genético, no DNA. Por lá dará para descobrir as futuras doenças. Mas não há registro de que iremos sofrer de amor e nem quem vai morrer na cruz. Essa leitura estará sempre reservada às cartomantes.
“Vamos tirar Jesus da cruz”, clama a música cantada por Ney Mato Grosso. Aí significa que precisaremos parar de pecar? Ou que pecado não existe. Liberação geral!
Vamos tirar Jesus da cruz. É o imundo se deixando fazer mundo pela não existência do pecado. É como perdoar as dívidas porque não existe mais dinheiro. É construir o paraíso terrestre.
E não precisa mudar nada, só nossas cabeças.
Nesta semana, todos nós vamos pensar em Jesus, ficar meio pensativo, ler a Bíblia, assistir a filmes, participar de via-sacra. Até comemorar a Páscoa, mas também curtiremos o feriado e comeremos chocolate. Afinal, a vida é feita de momentos amargos e doces.
Lógico que na segunda-feira estaremos na rotina; segundo alguns, cometendo os mesmos pecados, fazendo tudo do jeito que o diabo gosta. Afinal, a carne é fraca e o espírito vacila. Eu acho que eles agem em conluio.
Jesus daqui, Jesus dali. Apesar de toda a religiosidade da semana, ainda iremos dizer o seu nome em vão. Será que o nome de Deus é seletivo, em alguns lugares ou momentos não pode ser dito? Quando dizemos: “Ai, meu Deus!” ou “Jesus, socorro!”, estamos mesmo usando seu nome em vão?
Se o objetivo é salvar os pecadores, porque o nome Jesus ou do Pai não pode ser dito num prostíbulo? Também, sem exagero, caro leitor, nada de colocar nome de santo no estabelecimento de encontros furtivos, como Motel Santo Antônio.
Neste prenome Jesus, está o lado humano, enquanto no sobrenome Cristo, está a dimensão divina do homem. Quando ele disse na cruz:
- Pai, pai, por que me abandonaste?
É a carne que grita a sua dor, mas usando o espírito para se expressar.
Há casais, casados mesmo, sob o manto do sacramento, que não põe o crucifixo na parede do quarto, acima da cama, alegando que Jesus não pode ver as sem-vergonhices da carne.
Numa sociedade que fala tanto de perdão, mas só busca culpados, num moralismo exacerbado, relação sexual se torna coisa pecaminosa.
Por mais que choremos com o sofrimento de Jesus, principalmente nas encenações, passa um fio de desconfiança em nossa mente, para justificar nossas fraquezas:
- Ele passou por isso e agüentou porque era o Filho de Deus. Ele tinha que passar por isso... Eu sou um Zé Mané.
Será que há um script de nossas vidas? Os cientistas estão dizendo que nosso futuro está escrito no mapa genético, no DNA. Por lá dará para descobrir as futuras doenças. Mas não há registro de que iremos sofrer de amor e nem quem vai morrer na cruz. Essa leitura estará sempre reservada às cartomantes.
“Vamos tirar Jesus da cruz”, clama a música cantada por Ney Mato Grosso. Aí significa que precisaremos parar de pecar? Ou que pecado não existe. Liberação geral!
Vamos tirar Jesus da cruz. É o imundo se deixando fazer mundo pela não existência do pecado. É como perdoar as dívidas porque não existe mais dinheiro. É construir o paraíso terrestre.
E não precisa mudar nada, só nossas cabeças.
Hélio Consolaro é professor, jornalista, escritor. Membro da Academia Araçatubense de Letras, da UBE e da Cia. de Blogueiros. Atualmente é secretário da Cultura de Araçatuba.
4 comentários:
Somos mais sabidinhos do que pressupoe a va filosofia! O pecado nao esta no sexo, mas em como se faz o sexo, o pecado nao esta na culpa, mas na violencia ou ofensa de algum ato, o pecado nao esta em nao encontrar Deus, mas em nao compreender que os ensinamentoa Biblicos foram deixados por alguem que realmente queria um mundo melhor. E a ausencia de perdao so faz mal ao incapaz de perdoar.
Feliz Pascoa!
O Hélio está em todas, o incansável e persistente Hélio está em todas as coisas boas que as palavras possam exprimir por meio de sua pena ou de seu teclado.
Embora distante daí, dessa Araçatuba ensolarada, tenho sempre meus pensamentos voltados para essas plagas, sobretudo quando somos presenteados por uma iluminada mente como a do Hélio - consolatus est...
Tirar Jesus da cruz é arrepender-nos dos pecados cometidos e esforçar-nos por não não mais pecar. Pois pecado é aquilo que fazemos com consciência e vontade de causar o mal.
Ele já foi tirado,mas ninguém percebeu. quando ele diz: "perdoai senhor eles não sabem o que fazem"
e até os dias de hoje, os homens não sabem as consequencias de seus atos. A páscoa é a nossa ressureição.Mas o homem nem percebe o simbolismo da semana santa. " perdoai senhor a todos nós, por tanta ignorancia"
e feliz Páscoa a todos.
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