Hélio
Consolaro*
“O
Reino Unido foi deposto do sexto lugar no 'top' de economias mundiais pelo
Brasil, como mostram recentes estudos.
Numa
demonstração das mudanças dramáticas das fortunas mundiais, o Reino Unido ficou
atrás duma nação sul-americana pela primeira vez. As demonstrações do Centre
for Economic and Business Research’s mostram que o Reino Unido é, agora, a
sétima nação mais rica do mundo.
O 'top' cinco é ocupado por: EUA, China, Japão, Alemanha e França. Normalmente
associado ao futebol e às favelas, o Brasil está a tornar-se numa da maiores
potências mundiais.”
Alguns
brasileiros ficaram indignados com tal notícia. Como? Não pode ser? Um vira-lata
está ganhando raça? E tentam justificar, dizendo isso, aquilo, como se a
notícia não fosse verdadeira. É o time do quanto pior, melhor.
Um
segmento no Brasil que chegou até militar na esquerda, ou teve com ela algumas
simpatias, que repetia ideias prontas, classificando o país como
subdesenvolvido, quanto mais ignorante, mais fácil para dominar que não
percebeu ou não quer ver que o Brasil mudou, por isso continua com o mesmo
discurso. Nisso, os portugueses levavam a culpa com sua colonização burra,
pichava o povo brasileiro como desgraça. Não se reciclou e continua a pensar assim.
“A natureza brasileira, uma beleza, mas o povinho... uma lástima”.
Os
três primeiros parágrafos deste texto fazem parte de uma notícia dada por um
jornal português. E recebi de uma pessoa que mora em Portugal, jornalista, o
seguinte e-mail. Por ele, se descobre que a crise europeia não é apenas uma
notícia de televisão.
Vejamos
alguns trechos:
“A
situação actual do meu país, que tristeza! Estamos em crise. Uma crise
económica grave. Muitas medidas de austeridade têm sido tomada e têm sido
afetados os funcionários públicos... Eu, não sendo, sou funcionária de empresa
pública, então acabo por ser alvo de todos esses cortes. Sabe, já vivi bem.
Hoje percebo que já vivi muito bem... Não que agora esteja passando fome. Nada
disso. Mas a gente se habitua a um certo nível de vida e depois custa regredir.”
E
continua o e-mail:
“Este
ano e no próximo, além de tudo estar mais caro, porque os impostos subiram, não
vou ter subsídio de férias - nem de Natal nem de férias.... Vou ter de arranjar
maneira de fazer algum trabalho extra porque não consigo conceber ficar dois
anos enclausurada... Gosto de
viagem,
conhecer novos sítios, contatar pessoas diferentes...
“Está
um ambiente muito pesado em Portugal, meu amigo. Sabe que equaciono sair daqui.
Mudar de vida. Se decidir emigrar, mudo tudo. Deixarei de ser jornalista. Amo a
minha profissão, mas, felizmente, já faço isto de forma profissional há 7
anos...
Seu
país está ficando de oportunidades... Quem sabe se um dia destes vou pra perto
de vocês”
Ao
ler o e-mail da amiga portuguesa, me lembrei de Sarney, Collor, etc. Inflação a
80% por mês. O confisco da poupança, dos
apertos financeiro que cada um passava. De o Brasil ser monitorado pelo FMI. Há
gente torcendo para que aquilo volte. Vá para trás, satanás!
*Hélio
Consolaro é professor, jornalista e escritor. Atualmente é secretário municipal
de Cultura de Araçatuba-SP.
4 comentários:
Mas é preciso começar a distribuir melhor esta riqueza e nao com medidas protecionistas. É preciso ajustar a política econômica para que todos usufruam dentro de um mercado de trabalho, que remunere com justiça e pela meritocracia. Aí sim, poderemos sorrir de orgulho.
Muito bom seu texto, a notícia também é motivo de orgulho para nós brasileiros que trabalhamos e estudamos para ver um país melhor. Pena que sempre existirá alguns que cultuam a regressão, que querem crescer as custas do sofrimento da grande massa.
Parabéns Hélio, fiz uma postagem com este texto na integra em www.olhonofoco.com/brasil6domundo
Com seus créditos.
CARTA ABERTA AO MEU AMIGO HÉLIO CONSOLARO
Prezado amigo e camarada
É muito bom acessar e ler o Blog do Consa. Penso que em Araçatuba e região, e talvez em todo Brasil o Blog do Consa pode não ser o mais lido, mas é com certeza o melhor diagramado e com a vantagem de ser quase diariamente atualizado.
Foi muito bom eu e a minha querida esposa Jane no dia sete (domingo) termos passado cinco horas ao lado do casal Hélio e a sua japinha Helena. Que delícia a rabada preparada pela sua querida japinha e deliciosa e saudável polenta. Esperamos algum dia termos o prazer de receber a visita do lindo casal na nossa casa em Araraquara.
Colocamos as fofocas políticas em dia. Aprendi muito sobre o que é ter percepção e sensibilidade para dirigir uma Secretaria Municipal de Cultura, se relacionando com cidadãos que gostam do erudito e ao mesmo tempo com os que gostam da cultura mais popular. Aprendi o conceito do custo/benefício nas contratações de artistas e grupos musicais. Entendi que nem sempre se deve comparar um grupo musical com outro só pelo preço, mas deve se levar em conta o público beneficiado. Sendo contador, auditor fiscal e economista recebi uma aula do competente Secretário de Cultura de Araçatuba.
Li as crônicas “Brasil, 6º do Mundo” e passo a opinar. Dizer que a Inglaterra perdeu para o Brasil no ranking das nações mais ricas no mundo é, em minha opinião, entrar no ufanismo e no exagero da informação e na conceituação distorcida de riqueza. O meu amigo e culto Hélio, mesmo sendo petista e lulista não pode entrar nessa.
É sabido que a Europa está passando por uma crise econômica e política muito difícil, resultado da falência da teoria neoliberal no mundo. No entanto, meu caro, o conceito de riqueza é muito relativo. Enquanto na Inglaterra o PIB em 2011 no valor de R$ 2,24 trilhões é dividido para uma população de 49 milhões, no Brasil o PIB em 2011 de R$ 2,27 trilhões é dividido para 190,7 milhões. Assim, querido amigo, o PIB “per capta” (por pessoa) anual no Brasil é R$ 11,90 mil, enquanto o inglês é R$ 45,85 mil. Em Portugal o PIB de R$ 384 bilhões é dividido por 10,55 milhões de portugueses, resultando num PIB “per capta” anual de R$ 58,52 mil. Aonde tem mais pobres?
O companheiro Hélio, político, professor, inteligente sabe que a riqueza no Brasil é muito mais concentrada nas mãos de poucos brasileiros que a riqueza na Inglaterra entre os ingleses. Na condição de Auditor Fiscal da Receita Federal, é possível comparar o patrimônio e a renda dos ricos em relação à dos pobres. Em Araçatuba tenho certeza que, aproximadamente, 20% da população detém 80% de toda riqueza da cidade. Ai, meu caro, o PIB “per capta” passa também a ser um número que mascara a distribuição de renda no sistema capitalista. Boa parte do PIB continua sendo apropriada pelos corruptos.
Ainda temos, no Brasil, milhões e milhões de brasileiros morando em sub-habitações e sobrevivendo com menos de um salário mínimo.
WALTER MIRANDA
Araraquara/SP.
Apenas para saber quem é quem, o Walter Miranda é dirigente do PSTU - Não vote em burguês, vote no 16! Este é o bordão da campanha eleitoral do partido.
Hélio Consolaro
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