Por Ilana Ramos - www.maisde50.com.br
Muita coisa muda a partir dos 50 anos. No caso das mulheres,
por exemplo, com a menopausa, a queda na produção hormonal pode fazer com que
ela ganhe peso e se sinta mais cansada, com menos energia. E diante de tantas
mudanças que ocorrem nessa fase da vida, por que a nossa alimentação deve
permanecer a mesma de sempre? Especialista em Medicina Antienvelhecimento
propõe uma revolução na pirâmide alimentar. De acordo com a médica, com a
maturidade, nossas necessidades energéticas e de nutrientes mudam, e, por isso,
aquilo que comemos diariamente deve se adaptar àquilo que precisamos.
A pirâmide alimentar clássica propõe a seguinte ordem de
importância dos nutrientes que o nosso corpo precisa, de baixo pra cima: grãos
e cereais integrais frutas, legumes e verduras leite, proteínas e leguminosas
e, por último, lá no cume, açúcares, óleos e gorduras. No entanto, a médica
Luciana Aun discorda que esse esquema deva ser igual para todos. "As
pessoas com 50, 60 anos não devem ser tratadas no mesmo padrão das de 20. A
redução hormonal que vem com a idade reflete na estabilidade do organismo. A
pessoa que está na menopausa ou anausa precisa buscar na alimentação a energia
que necessita para realizar as atividades diárias, e, por isso, proteína e
carboidrato deve ter um peso maior na alimentação deles", defende.
A proposta de Luciana para uma dieta que promova mais
energia e qualidade de vida para a população madura é a seguinte: "a base
da dieta deve ser de água, de 1,5 a três litros por dia, para o ambiente do
corpo ficar mais harmonioso. Depois, os carboidratos – tudo que não é proteína
– com baixo índice glicêmico (que não se transformam em energia muito rápido,
com muitos antioxidantes), como frutas vermelhas e folhas escuras,
principalmente. E, então, as gorduras boas, como o azeite, atum, sardinha,
aveia, linhaça, abacate. Aí entram as proteínas, que é tudo que vem dos
animais, como leite, ovos, carne, peixe. Por último, as fibras insolúveis, que
têm a digestão muito difícil, devem ser comidas em pouca quantidade e incluem
os alimentos integrais, grãos e nozes".
No entanto, não basta seguir a dieta alimentar proposta.
Como o objetivo é poupar energia para o corpo realizar as suas atividades,
alimentos de fácil digestão devem ser priorizados. "Eu recomendo priorizar
alimentos pastosos ou líquidos, que são de fácil digestão e podem incluir todos
os nutrientes da cadeia. Sucos e vitaminas podem ser feitos com carboidratos
(frutas, legumes e verduras) e gorduras boas (abacate, aveia). Você não
consegue comer três laranjas, um cacho de uvas e uma beterraba ao mesmo tempo,
mas se bater e fizer um suco, as consome com muito mais facilidade, não é
mesmo? O mesmo para sopas e caldos. O caldo das carnes é rico em proteínas.
Alimentos de fácil digestão economizam a energia que seria gasta nesse processo
para que você possa utilizar nas outras atividades que cumpre
diariamente", diz a especialista.
Na pirâmide de Luciana ainda entram a prática de atividade
física e a meditação. "A prática de exercícios físicos deve ser diária e
não ultrapassar os 30 minutos, para não entrar no metabolismo hormonal e ter
seu propósito reduzido. A meditação eu incluí por ser importantíssima para a
manutenção do equilíbrio do corpo. Não adianta nada fazer tudo certinho na
alimentação se o corpo estiver estressado o dia inteiro e não se conseguir
manter o relaxamento adequado. Existem muitos tipos de meditação, basta saber
buscar aquele que mais se adequa aos seus interesses. No entanto, a meditação
é, basicamente, imaginação. Deitado, relaxe o corpo e imagine que, a cada
expiração, as coisas ruins estão saindo do seu corpo e, a cada inspiração,
coisas boas estão entrando. O corpo é simples e sábio. A gente só precisa
entendê-lo", conclui a médica.
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