Hélio Consolaro*
Como compartilho minhas besteiras na rede social, recebo as besteiras alheias e me limito a ficar na exclamação verbal diante do computador. Às vezes, penso: "Considerava essa pessoa inteligente, mas repassa besteira de terceiros, isso a compromete. Coitada!"
Penso naquela máxima, que dizem ser de Voltaire: "Discordo daquilo que dizes, mas defenderei até à morte o teu direito de o dizeres", mas posso também expressar educadamente a minha opinião, afinal estão sofismando pela rede. Como escreveu Paulo Henrique Amorim, com uma notícia dessa FHC, Serra e a tucanada toda corta os pulsos, porque no governo deles era o Brasil que ficava tomando dinheiro emprestado do FMI.
No mundo dos negócios, ninguém dá nada para ninguém. Nem mesmo entre os países. Há uma solidariedade interesseira. Vamos salvar a Grécia, por exemplo, para que nós também não caiamos no buraco. O Brasil vai autorizar o uso de suas reservas que tem no Fundo Monetário Internacional para socorrer a Europa com empréstimos. Só a ajuda brasileira não resolve, mas com a soma dos países emergentes, Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), por exemplo a soma se torna considerável. Ninguém está doando nada a ninguém, ou melhor,vai aplicar o dinheiro sob o aval do FMI.
No ano passado (2011), a reação contrária de gente que manipula a ignorância alheia veio na mesma proporção, porque a presidenta Dilma visitou Cuba com empresários e ajudou aquele país. Mal sabe que tudo não passava de interesse brasileiro de vender carros à ilha, já que Cuba vai renovar a frota sucateada. A ajuda vem com contrapartida: Cuba vai comprar carros do Brasil.
Há políticos brasileiros que estão com saudade do Brasil de antigamente. Ainda cultuam o complexo de vira-lata de nosso país. Acham que somos tão coitadinhos, tão coitadinhos que não podemos ajudar a ninguém. E se dizem cristãos que têm a máxima franciscana: "Dar para receber".
Se você, meu amigo, está inocentemente compartilhando um sofisma, uma argumentação sacana, pense, reflita, discuta o assunto. Não precisamos estar podre de rico para praticar a solidariedade. Se a Europa tiver queda significativa em sua economia, afetará o mundo todo. E o Brasil faz parte dele.
*Hélio Consolaro é professor, jornalista e escritor. Atualmente é secretário municipal de Cultura de Araçatuba-sP
2 comentários:
Oi Hélio...estou de volta e claro, ao atualizar minhas leituras não poderia deixar de passar por aqui.Obrigada pela dica do poeta de cordel...eu o encontrei.
Olá Hélio! Achei interessante sua argumentação, mas vale a pena lembrar que apostar na Europa atualmente é uma aposta de risco. Esse dinheiro seria muito melhor aplicado em infraestrutura no Brasil o que com certeza atrairia maior investimento estrangeiro. Ninguém vai querer perder dinheiro apostando em países europeus, mas sim apostar nas economias emergentes que provavelmente serão o futuro da economia mundial. Muito se especula que com a quebra de países europeus a economia brasileira será afetada. Acredito que talvez seja uma oportunidade do Brasil procurar novos parceiros comerciais e libertasse da eterna dependência econômica dos países europeus. Abrçs
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