Gosto das pessoas mais simples. Acho que isso em mim se deve à minha trajetória: sempre cheguei à casa grande por meio da senzala.
O Rui Barbosa da Silva, professor de Educação Física, é um sujeito que eu converso com
satisfação, não sinto nele armadilhas. Nunca pedi dele certidão ideológica. É bom e pronto. Quem não presta sou eu.
Nunca conversamos sobre dinheiro ainda. Deve ser isso. Como canta o samba: "Cachorro é melhor amigo do homem porque não conhece dinheiro".
Então. Na Lagoa do Miguelão,
estávamos conversando sobre cobras, pois o local convidava ao assunto, e ele fez um arrazoado sobre ofídios, apesar de não citar Vital Brasil.
Cheguei à conclusão de que ele é o homem que mais conhece cobras em Araçatuba.
Não sei se venenosas ou não venenosas, cegas ou não. Ele é um bom cobreiro.
Como é pai-de-santo, me classifica como povo de Xangô. Outro dia me levou a um terreiro. Afinal, como Secretário Municipal de Cultura, preciso conhecer com mais afinco a africanidade. Não fui fazer despachos, porque faço isso em meu gabinete, mas as cobras não apareceram por lá.
Nenhum comentário:
Postar um comentário