Hélio Consolaro*
Afirmam
alguns militantes do movimento “Vem pra rua” que eles são apartidários, como se
o movimento fosse de cidadania pura. Pode até ter pessoas assim dentro do
movimento, mas já perderam espaço, porque ele está cada vez mais partidário.
Não
condeno partidos, porque eles são ferramentas da democracia, é bom que existam
vários partidos, não seja como Cuba, com um partido só. Quem não gosta da
diversidade de opiniões, acha que todos devem ter um pensamento só, não é democrático.
Na verdade, é partidário da ditadura, da imposição pela força, como se a
verdade estivesse de um lado só.
O
“Vem pra rua” se transformou numa franquia (franchising) usada pela oposição de
cada estado, de cada município, comandado geralmente por um pequeno partido. No Estado do Rio de Janeiro, por exemplo, os
opositores do governador Sérgio Cabral se escondem atrás da franquia (franchising)
“Vem pra rua”, mas quem dá a radicalidade é o PSOL. Não estou afirmando que o governador seja um
santo, mas a manobra existe e o cidadão precisa conhecê-la.
Em
São Paulo, o “Vem pra rua” tem a participação efetiva do PT, pegando os tucanos
no contrapé sob a radicalidade do PSTU, questionando a corrupção no governo de
Geraldo Alckmin. Em Araçatuba, o movimento funciona nos gabinetes dos
vereadores da oposição (PSDB, PPS, PDT), contra o prefeito Cido Sério (PT) e
sua base governista na Câmara Municipal.
Há
muita gente do “Vem pra rua” que ficou sem cargo público, deu problemas nas
administrações, às vezes, chegam ao desajuste social. Vai do vandalismo ao
consumo de drogas.
Não
pretendo aqui desqualificar o movimento, porque em todo agrupamento humano que
admite a diversidade possui tipos variados de gente, mas não é possível tolerar
a postura de “somos santos” e os outros estão condenados ao inferno. Há muita
gente arrumando emprego para maldizer políticos no Facebook. Quando tudo
acabar, quem vai pagar o advogado depois, se houver uma ação judicial?
Há
muita gente na oposição que é contra o povo, faz isso por oportunismo; nem
todos os governistas são contra a população. Afinal, alguém precisa governar,
comandar a administração pública. A democracia permite a alternância de poder
para que um grupo não fique eternamente no comando. Ou os “Vem pra rua” são
anarquistas, não querem o poder?
Nós
estamos passando por um momento delicado na política brasileira. Ela está ideologicamente
rala, sendo tratada como fator mercadológico e por marqueteiros, sem propostas
para o país, muita gente se posando de revolucionária, mas não conhece a
história do Brasil, acha que apenas ser contra já está bom, comportando-se mais
como mercenário.
*Hélio
Consolaro é professor, jornalista e escritor. Secretário municipal de Cultura
de Araçatuba-SP
2 comentários:
Vamos montar uma franquia aqui em Araçatuba: vamos para a praça.
De preferência, a João Pessoa
Bom dia !...
Xara...
Tudo bem !...espero que sim !...
Há...dei uma passadinha na Câmara, dia 19, à noite, para ver esta "palhaçada" deste "movimento vem prá rua", e só tinha mulecada batendo latas, levando algumas faixas feitas de "papel de pão"...há... uns dos "lideres", que estava soltando rojões, é filho de uma ex-candidata pelo PT...Movimento pífio,... "natimorto" como falou recentemente um membro da oposição do prefeito...rsrsrs,
Abçs...
Ninha
Postar um comentário