Por que vê a trave no
olho de seu irmão, porém não repara na trave que tem no seu? (Mateus 7:1-5)
Raramente uso citações da Bíblia nos meus textos mundanos,
não gosto de misturar as coisas, mas sobre o tema de hoje não pude seguir o
mesmo comportamento.
Convido o caro leitor, morador de Araçatuba, a visitar a Associação
dos Catadores de Papel, Papelão e Materiais Recicláveis de Araçatuba
(Acrepom), na avenida dos Araçás, prédio onde já funcionou o
antigo almoxarifado da Prefeitura e que foi cedido à entidade.
Certamente, se o leitor fizer a visita, vai encontrar um
local assustador. Fazendo uma hipérbole, posso dizer que parece um lixão em pleno centro de Araçatuba. Não há zelo, há desmazelo. Sujeira total.
Não sei se os órgãos que cuidam da vigilância sanitária e da preservação do
meio ambiente fiscalizam a sede da Acrepom. Os participantes do movimento “Lixão.
Aqui não!” precisam passar por lá.
Antes de Edna Flor (PPS) ser vereadora, ela foi presidenta
da Acrepom. Hoje, ela continua com ascendência sobre a entidade. Basta ver que
no site (www.acrepom.com.br), na sua galeria de fotos, a vereadora aparece algumas vezes. Estranhamente, nessa mesma galeria não há fotos dos galpões
da entidade.
Não pretendo tirar o mérito da vereadora e de seu grupo. A
Acrepom já contribuiu com a preservação do meio ambiente, já socorreu muita
gente na época do desemprego acelerado, oferecendo um carrinho aos mais
necessitados para o recolhimento de papéis e de outros materiais recicláveis,
garantindo-lhes a sobrevivência. Tirou gente da marginalidade. Edna Flor já foi
reconhecida por isso, se elegendo vereadora por três mandatos.
Não sei como a Prefeitura de Araçatuba lhe dá alvará de
funcionamento. Não sei se aquele amontoado de improvisações possui vistoria do
Corpo de Bombeiros. Talvez, a Acrepom se garanta em legislações passadas. Na
minha avaliação, aquilo é uma ameaça à segurança da cidade.
Não é pretensão deste croniqueiro fechar a Acrepom, pois ela faz parte da realidade pública de Araçatuba (não governamental), mas se faz necessário um esforço conjunto (público e privado) para modernizá-la, pois o grupo da vereadora Edna Flor não está dando conta.
Não é pretensão deste croniqueiro fechar a Acrepom, pois ela faz parte da realidade pública de Araçatuba (não governamental), mas se faz necessário um esforço conjunto (público e privado) para modernizá-la, pois o grupo da vereadora Edna Flor não está dando conta.
*Hélio Consolaro é professor, jornalista e escritor.
Secretário Municipal de Cultura de Araçatuba-SP
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