Rubens do Amaral
Rubens do Amaral nasceu em S.
Carlos, Estado de São Paulo, a 14 de março de 1890. É filho de José Elias do
Amaral e de D. Anna Joaquina Pacheco do Amaral, de família das mais
tradicionais entre as antigas famílias paulistas.
Cursou escolas primárias públicas
e particulares e logo aos 12 anos foi para Araraquara como empregado no
comércio. Em 1903, transferiu-se para a Capital, exercendo a mesma profissão.
Nas horas vagas , começou a preparar-se como auto-didata e em 1907 iniciou a
sua carreira jornalista como revisor do Comércio de São Paulo. Foi chefe da
revisão e em seguida ocupou cargos de repórter e redator daquele jornal diário,
alcançando já em 1908 o posto de subsecretário.
Passou-se para outro diário “A
Notícia”. Em 1909 regressou à terra natal como redator-chefe da “Cidade de S.
Carlos”. No ano seguinte, pertenceu ao corpo redatorial de “A Tribuna” de
Santos, voltando ao fim de alguns meses para S. Carlos, onde dirigiu novamente
a “Cidade” por espaço de 20 meses.
Fixando-se mais tarde na Capital,
pertenceu pela segunda vez à redação do “Comércio de S. Paulo". Redigiu
também as revistas “Vida moderna”
,“Ilustração Paulista” e “S. Paulo Ilustrado”.
Foi redator-secretário de “A
Noite” e, por um curto período seu correspondente no Rio de Janeiro. Estava em
posto idêntico no vespertino “A Hora”quando foi convidado para chefe da redação
do “Diário da Tarde”, de Curitiba, estado do Paraná, em fins de 1913.
Foi promovido em 1914 a
redator-chefe desse jornal e no mesmo ano dirigiu também o Diário da Manhã.
Em 1915, já em S. Paulo, foi
diretor de “A Nação”. No ano imediato, redator de “O Combate”. Trabalhou ainda
noutros jornais e revistas. Em 1919, tendo enviuvado de sua primeira esposa,
retirou-se para Jaú, em busca de repouso. Ai, envolveu-o a política, forçando-o
a ficar por mais anos como diretor do “Comercio”, diário local.
Esteve preso em 1924, sob
acusação de ter tomado parte do movimento revolucionário chefiado pelo gerente
Isidoro Dias Lopes.
Em 1925, vindo para capital, foi
em três anos sucessivamente colaborador, redator, subsecretário, secretário,
redador-chefe e diretor do “Diário da Noite”, que era o mais difundido e o mais
prestigioso vespertino paulistano. Deixou-o para fundar e dirigir o “Diário de
São Paulo”, da mesma empresa.
Em 1931 reorganizou a “Folha da
Manhã" e a “Folha da Noite”, que haviam sido fechadas em consequência do
movimento revolucionário que depôs o presidente Washington Luis. Fundou em 1936 o “Correio de São Paulo”, que
foi a bandeira da Revolução Constitucionalista.
É abundante a sua colaboração em
jornais de S. Paulo, do Rio de Janeiro e dos Estados, em mais de trinta anos de
intensa e continua atividade jornalística.
Elemento efetivo da União
Jornalística Brasileira e, depois da Imprensa Brasileira Reunida, as duas mais
importantes empresas distribuidoras de artigos de colaboração para a imprensa
do Brasil, foi diretor de primeira delas.
Conselheiro em dois períodos da
Associação Paulista de Imprensa. Membro da Academia Paulista de Letras, onde
ocupou a cadeira “Álvares de Azevedo”, sucedendo a Wenceslau de Queiroz.
Dois livros publicados: “A
Campanha Liberal” ensaios sobre a Revolução de 30 e “Terra Roxa”,
os romances do café.
Na sua produção jornalística
consagrou-se preferentemente a assuntos políticos e econômicos. Dedica-se também à critica
literária tendo mantido na “Folha da Manha” uma seção semanal “Livros e
Idéias”.
São Paulo comemorou o seu jubileu
jornalístico com uma festa e que compareceu a elite intelectual, política e
social do Estado, sem distinção de partidos, correntes ou quaisquer outras, uma
consagração que Rubens do Amaral recebeu como o maior prêmio de sua obra de
homem de imprensa.
Em 1940, Araçatuba fundou-se a
biblioteca Pública Rubéns do Amaral. Em 1942, instituiu-se o centro de Cultura
Artística “Rubens do Amaral”, de São Carlos. Em 1943, nasceu em Jaú a Sociedade
de Cultura Artística “Rubens do Amaral” e o Centro Cultural de Bauru criou a
Biblioteca “Rubens do Amaral”. (Publicado no extinto jornal A COMARCA, de 14/3/1975.)
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