Hélio Consolaro*
Não houve peru, caro leitor, teve apenas um pernil, mas a
ave símbolo das festas de final de ano esteve presente em meu réveillon pela
conta das dificuldades para fazer compras, mesmo em supermercados.
“Do peru” porque foi cheio de surpresas, diferente, nada
ocorreu como se esperava. Pela primeira vez, vi fila para entrar em
supermercado, pelo lado de fora. Se não fizesse isso, seria impossível fazer
compras lá dentro. Ainda bem que usei minha carteirinha de idoso. O dono ria à
toa.
Passei o réveillon de 2003 em Cabo Frio, litoral carioca,
não fora assim tão agitado. Havia suas dificuldades em comprar, mas bem menos
que 2013. Atualmente o poder de consumo da população aumentou significativamente.
Parece que o planeta, ou melhor, a cidade de São Paulo,
veio tudo para o litoral paulista, embora existissem alguns interioranos também.
Coloquei uma camiseta com a inscrição “Araçatuba” e saí pela avenida, achei um
conterrâneo perdido na multidão que gritou:
- Araçatuba, o melhor lugar para se viver!
Na hora, gelei. Pensei: “O prefeito Cido Sério (PT), meu
patrão, está atrás de mim. É serviço em pleno feriado”. Não, não era, apenas um
cidadão araçatubense. A frase de otimismo pegou...
Essa muvuca toda, caro leitor, numa segunda-feira brava.
Sei que Praia Grande-SP, com 23 km de extensão, tem fama de farofeira, etc. Mas
em 2013, ela estava recebendo a classe C emergente, troféu dos governos
petistas de Lula e Dilma.
Praia Grande já teve má fama de encardida. Quase todos os
sindicatos de trabalhadores têm colônia de férias nela. Houve época em que era
a praia mais poluída do litoral paulista, mas a danada está ficando bonita. O
Boqueirão, por exemplo, é o centro comercial do município, com todas as lojas
de rede, prédios altíssimos e bonitos.
Mas estive com parte da família em Guarujá (Pernambuco e
Pitangueiras), lugar de grã-finos, e lá a multidão também tomava conta da areia
em plena segunda-feira. Outro pessoal, gente branca, mulheres mais bem
cuidadas, etc. Até a Hortênsia passou caminhando pelas areia da praia
Pernambuco.
Desisti de me encontrar com o amigo Tom Elias em
Pitangueiras, embora estivesse por lá de passagem. Celular passava o dia mudo,
sem tocar, internet, só na madrugada. O Globo terrestre estava penso para o
litoral paulista.
Além da muvuca na cidade, havia a do apartamento, com
duas netas. Todos engordaram. Dois carros eram poucos, levar as bugigangas
compradas para Araçatuba, impossível. Tivemos que providenciar um maleiro
externo.
Voltei a Araçatuba para aplicar "Férias com mais cultura" a partir de 11/01/2014 e preparar o carnaval 2014. Minha
vida é um rosário de festas. Que bom!
*Hélio Consolaro é professor, jornalista e escritor. Secretário
municipal de Cultura-SP
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