Hélio Consolaro*
O 14.o Cosmos está acontecendo em Araçatuba, de 27 a 31 de
julho de 2015. Evento de organização do Inape (Instituto de Astronomia e
Pesquisas Espaciais de Araçatuba), com apoio do Sesc e da Secretaria Municipal
de Cultura de Araçatuba.
Quem quiser ver a programação é só acessar o Blog
do Consa na internet. Já até chamei esse pessoal de caçadores de ET, mas
isso só foi nos primórdios da entidade, quando eu fazia troça do mundo
publicamente (estou contido pelos compromissos do cargo).
Até parece que o céu é o limite para os participantes do
evento, mas o pensamento é uma coisa que voa, muito mais que as naves
espaciais. Nessa seara, este cronista entende um pouco porque a criatividade é a
minha ferramenta. De vez em quando, sou abduzido pela realidade sideral.
Nesses tempos de Whatsaap, até os espíritos e
extraterrestres estão na rede. De repente, se reúne um grupo de discussão dos
falecidos num determinado período. Ou, então, os ET comecem a interferir em
nossas conversas. Com quem você anda conversando, caro leitor? Será que aquele
login de seu Whatsapp existe mesmo ou é apenas um avatar?
Como profeta de boteco, antecipo que chegaremos ao dia em
que vamos fazer o backup do cérebro de um sujeito antes de falecer, em vez de
publicar livros de memórias. Vai caber
tudo num pen drive. Se for um cientista, um pensador, teremos o arquivo das
teorias e pensamentos, mas virão junto também as sem-vergonhices da celebridade
que vão deixar a viúva desesperada.
Essa busca de vida noutros planetas nunca me encantou,
ainda mais depois que li o poema “O homem; as viagens”, de Carlos Drummond de
Andrade, do qual reproduzo um trecho:
“...só resta ao homem
(estará equipado?)
a dificílima dangerosíssima viagem
de si a si mesmo:
pôr o pé no chão
do seu coração
experimentar
colonizar
civilizar
humanizar
o homem
descobrindo em suas próprias inexploradas entranhas
a perene, insuspeitada alegria
de con-viver.”
De onde eu vim, para onde eu vou, também não me preocupa.
Deixo isso nas mãos de meu criador. Não vou esquentar a cabeça com perguntas e
problemas que não posso resolver.
Nessa busca constante de comunicação, estamos cada vez mais
distantes, porque a busca do outro se faz olhando nos olhos.
Viajemos pelo cosmos, imaginemos como será o universo,
porque o pensamento voa e não tem limites tecnológicos. Com licença, caro
leitor, me deu uma vontade danada de escrever uma poesia, gosto mesmo de viver
neste mundo, onde residem as excelências do pensamento humano.
*Hélio Consolaro é professor, jornalista, escritor.
Secretário Municipal de Cultura de Araçatuba-SP
Nenhum comentário:
Postar um comentário