AGENDA CULTURAL

17.8.15

Uma nação sem protesto

Minha turma de van defronte à Arena Palmeiras
Atualmente estou me reeducando para aproveitar melhor meus domingos. Assim, meu Palmeiras ganhou vez no dia 16/8/2015, quando fui convidado por desconhecidos para acompanhar uma caravana transportada por van. Voltamos amigos.

Jogo, às 11h de manhã, num estádio (hoje o chamam de arena, porque tem multiuso): Arena Parque Allianz ou Arena Palmeiras, onde era o antigo Parque Antártica, São Paulo. Em seu entorno, respira-se verde: rua Palestra Itália, avenida Antártica, Encontro do Porcão.

A viagem foi sábado à noite, varando a madrugada; sendo animada, com a moçada bebendo muita cerveja (o mais velho era eu, poucos ganham de mim nesse quesito). Houve um sujeito que bebeu tanto que na hora do jogo dormiu. Planejou, mas não cumpriu a meta. 

Como toda excursão, a ida foi animada e a volta sonolenta. O prédio é uma monstruosidade, moderno, com todos os equipamentos necessários. Escadas rolantes. Um rapaz da turma gritou:


Na Arena Palmeiras, com Marcos e Betão, da van
- Nossa, parece shopping!

Entramos cedo, ficamos a observar cada detalhe. Não há ponto cego, de qualquer lugar se vê tudo; dois telões gigantes que transmitem o jogo simultaneamente e vibrando com a torcida.

O Palmeiras com três derrotas consecutivas, time bem montado, dinheiro em caixa, estádio admirado por todos. Estava precisando ganhar do Flamengo. Primeiro tempo, apenas um gol do Palmeiras. Jogo ruim.


Mauro Pirata cantando na fila e vendendo CD
O segundo tempo começou com dois gols consecutivos do Flamengo. Olhei para o Betão do lado e falei:

- Que vim fazer aqui!

Marcelo Oliveira, o técnico, retira de campo Robinho ( que ruindade) e põe Clayton Xavier. Em cinco minutos, o substituto fez o gol de empate. O gol mais comemorado da partida. E completamos 4 a 2 com gols de Dudu e Alecsandro. O jogo continuou ruim, mas ganhávamos.



Mais de 37 mil torcedores que respiravam no mesmo ritmo. O lugar era monstruoso, mas parecia que todos estavam muito próximos. Era uma nação sem marcha de protesto, estávamos num santuário.  

*Hélio Consolaro é professor, jornalista, escritor. Secretário municipal de Cultura de Araçatuba-SP

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