Grupo da Academia Araçatubense de Letras que apresentou poemas de Manoel de Barros em sarau na abertura da 7a. Jornada de Literatura de Araçatuba |
Publico neste blog a crônica do professor e escritor Pedro César Alves como forma de agradecimento pelo que fez pela 7a. Jornada de Literatura 2015 - Araçatuba - na divulgação do evento.
Pedro César Alves*
Depois de um mês de observação e os últimos quinze dias com maior intensidade, a 7ª Jornada de Literatura encerrou suas atividades – mas deixou sementinhas plantadas na área que estava destinada – e a este escriba só restou procurar novos ares, novos assuntos para os próximos textos.
Antes de encerrar este assunto, esta atividade que estive destinado a cobrir, vale ressaltar que o tema "De leitor a navegador" é muito abrangente, logo, de se pensar muito – principalmente sobre os tais direitos autorais a que o autor tem direito. E tem direito e muitas vezes não é respeitado. Penso que, uma vez o texto on-line (sempre on-line), este está disponível a todos que acessam a rede. Então, como controlar?
Prefeito Cido Séro (PT) durante a abertura da 7a. Jornada de Literatura |
Por outro lado há pontos positivos – principalmente para aqueles que não visam lucros (ou que não pensam em sobreviver da escrita). Entre os pontos positivos cito apenas um: divulgação do trabalho feito (o nome circulando na mídia). E, com um pouquinho mais de sorte, alguma editora poderá interessar pelo trabalho e contratar os serviços de escrita – direitos autorais efetivamente garantidos.
Voltando à última semana, vale ressaltar a participação do público nas atividades, nas oficinas, nas palestras. A presença de grandes nomes das letras deu um glamour diferenciado ao espetáculo literário – e prometeram, assim que possível, voltar. Encerrada a última noite (ontem), se reuniram numa salinha ao lado da Sala das Letras, a portas fechadas durante longos quinze minutos aproximadamente.
Todos que estavam fora – na Sala das Letras – ficaram curiosos, inclusive eu. E a pergunta era a mesma em todas as bocas: o que estariam os chefes das letras conversando? Fiquei meio esperto, assuntando, tentando adivinhar. Lá dentro reunidos estavam Machado, Rosa, Bandeira, Amado, Damazo e o Consa.
E nós comentávamos:
- Será que estão marcando a próxima Jornada de Literatura?
Outros, de forma um tanto maldosa, diziam:
- Estão marcando o próximo encontro, mas no além...
A porta de abriu e todos os olhares se voltaram para a salinha. Apressei-me, mas já era tarde. E, para nosso desapego, para nossa desilusão, apenas Damazo e Consa saíram sorrindo da salinha – os outros...
Os outros... Talvez os encontre no além, se tivermos merecimento, caro leitor. E, se não os encontrarmos – pelo menos eu, escreverei cartas pra Machado e ele terá que dizer a real história de Bentinho e Capitu, de Escobar e Sacha – e, afinal, quem era o pai de Ezequiel? Dúvida – cruel dúvida, eterna dúvida: tema do romance Dom Casmurro (de Machado de Assis).
Então, leitor, a realidade é dura! Sair dos sonhos e retomar as batidas do dia a dia não é nada fácil, mas é preciso. Vale lembrar: "Vale a pena? Tudo vale a pensa / Se a alma não é pequena" – versos extraídos do poema Mar Português, do grande escritor Fernando Pessoa.
E, fugindo um pouco dos sonhos, retornando à realidade, esta semana baixei um aplicativo no celular chamado Leitor – e nele encontrei os dois números publicados da Revista Trimestral Orpheu – com linguagem original, que marca o início do Modernismo em Portugal, de 1915.
E, pensando ainda em Literatura – e vou citá-la na próxima semana – por esses últimos dias recebi uma carta muito interessante falando dos períodos literários brasileiros – classifico-a de supimpa. Esta classificação a fiz por se tratar do que realmente gosto. Esta aborda os períodos literários brasileiros sem os citá-los. Simplesmente formidável!
Então, fechando estas linhas, o leitor já tem em mente o que vou abordar na próxima semana: a literatura brasileira contada através de uma carta...
Professora e escritora Ana Lúcia Arruda Ramos Rezende durante o lançamento de seu livro de literatura infantil "Você é meu amigo?" na Livraria Nobel de Araçatuba - rua Cussy de Almeida, 1071 |
*Pedro César Alves, professor, escritor, com site na internet: "Araçatuba e Região". Membro do Grupo Experimental da Academia Araçatubense de Letras.
Publicado em 19/09/2015 - O LIBERAL REGIONAL
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