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Fernando Haddad e Ana Estela, voltando de Paris |
Nós temos em nossa cultura certos costumes que revelam os
atrasos de todos nós. A monarquia foi extinta, mas o prefeito de uma cidade,
quando quer e gosta, é tratado como rei. Às vezes, não tem poder algum, mas deseja aparecer como poderoso.
Muitos não se contentam em andar com carro chapa branca, põe
uma placa preta, identificada com nomes de órgãos públicos e um número. Não se
trata de costume de cidades pequenas, a maior cidade da América Latina (São
Paulo) tinha esse costume regulamentado. O decreto de 1990 permitia a
utilização dessas placas nos carros destinados ao prefeito e aos secretários.
O prefeito Fernando Haddad (PT) revogou tal decreto, como
forma de eliminar a ostentação e a arrogância. Aliás, na prática, após sua
posse, tal procedimento já havia sido abolido, porque ele é uma pessoa simples. Em Araçatuba, o prefeito Cido
Sério (PT) nunca usou tal placa, muito menos os seus secretários. Aliás, poucos são os secretários que possuem carro oficial exclusivo.
O prefeito Haddad vem adotando o estilo José Mujica, ex-presidente
uruguaio, aquele que fez votos de pobreza, andava de fusca, apesar do cargo que ocupava. Haddad foi
e voltou a Paris, com sua esposa Ana Estela, onde foram acompanhar o “Dia Sem Carro”, em classe econômica.
Parece demagogia, mas quando tais atitudes são adotadas com
continuidade por políticos, não são esporádicas, eles passam a ser um farol que
ilumina a frase de Mohatma Gandhi "Quem não Vive para Servir, não Serve Para Viver".
*Hélio Consolaro é professor, jornalista e escritor. Secretario municipal de Cultura de Araçatuba-SP
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